
Saudações, cambada de doidos!
Como eu já disse antes, eu, o
Oráculo prefiro escrever artigos do que colocar material pra download, afinal já existem diversos sites sobre isso, enquanto os artigos são únicos para cada autor.
Mas não se preocupem pois já tem uma leva de materiais saindo do forno para uma próxima ocasião. Contudo, agora vocês ficam com este artigo sobre campanhas de
D&D baseadas na História do nosso mundo real!Então sigam pelo
Leia Mais e uma boa leitura...
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Desde sua 3ª edição, a linha Dungeons & Dragons vem investindo em uma abordagem mais fantástica do conceito fantasia medieval, abolindo diversos conceitos de realismo. Um exemplo é o fato de todos os personagens, exceto os bárbaros, são alfabetizados (e normalmente em vários idiomas), quando todos nós sabemos que no período medieval pouquíssimas pessoas tinham acesso à educação.

Outro conceito que sumiu na 3ª edição foi a comparação dos personagens com figuras históricas (ou mitos do mundo real). Em AD&D, por exemplo, os Paladinos eram comparados com o Doze Pares de Carlos Magno, enquanto os Rangers eram comparados com Robin Hood. Em uma leitura atenta ao Livro do Mestre AD&D nos mostra o cuidado dos autores em tornar sua campanha o mais próxima possível do mundo real (embora através de uma ótica fantasiosa).

Com o advento da 3ª edição assumiu-se o mundo de Oerth, da série Greyhawk como o "universo padrão" de D&D. Mas ainda assim, é possível fazer boas campanhas de fantasia medieval dentro do nosso contexto histórico, preservando a essência do jogo.
Fãs de AD&D com acesso aos livros em inglês devem se lembrar da série dos "Livros Verdes", também conhecidos como Historical Reference Sourcebooks, que traziam toneladas de informações sobre como ambientar suas campanhas de AD&D no nosso mundo real. Haviam suplementos falando sobre a cultura Celta ou sobre o Império Romano, por exemplo. Até onde eu saiba, nenhuma edição posterior de Dungeons & Dragons teve suplementos desta natureza, dando prioridade a campanhas com ênfase maior na fantasia.

Para construir uma boa campanha de D&D ambientada em cenários reais você pode seguir algumas das dicas abaixo:
CONHECIMENTO É PODER
Decidiu criar uma campanha ambientada no mundo real? Parabéns!
Mas primeiro de tudo você deve CONHECER sobre o que vai falar para não cometer uma besteira. Você não encontrará uma Armadura de Batalha Completa em uma campanha ambientada no Egito Antigo por exemplo!
Não é necessário tirar diploma de bacharel em História, mas uma boa lida em alguns livros ajuda e na falta de livros até a Wikipedia serve (só não se baseeie cegamente nela).
Outro detalhe é que, mesmo que você decida mudar radicalmente a História em sua campanha, você, ainda assim, deve conhecê-la para saber O QUE mudar.

Você não precisa se ater à Idade Média para criar uma boa campanha de D&D. A mitologia grega está repleta de seres que povoam o Livro dos Monstros, dando ótimas oportunidades de misturar fantasia com realidade. Outras eras e locais que dariam grandes sagas seriam o Império Romano, o Egito Antigo, o período feudal japonês ou até mesmo o período das Grandes Navegações.
MUDANÇA TOTAL OU PARCIAL?
A melhor parte em ambientar sua campanha em um período real é poder, pelo menos na mesa de jogo, alterar os rumos da história. E se o Brasil tivesse sido conquistado pelos seus personagens antes dos portugueses chegarem? E se o Império Romano jamais caísse? E se os persas derrotassem as tropas de Alexandre, o Grande?
Para cada ação existe uma reação e neste estilo de campanha temos o famoso dilema de "o que aconteceria se...". Novamente é necessário o conhecimento histórico por parte do narrador e dos jogadores para não gerar disparates em sua campanha.

Outra opção é a mudança parcial, onde os personagens tomam parte ativa no curso dos eventos, mas as mudanças são mais sutis. Os heróis poderiam estar infiltrados na tripulação de Cabral, por exemplo, agindo nos bastidores para que ele chegasse ao Brasil. Nesse estilo de campanha o narrador não precisa temer alterações graves na História e os jogadores ainda assim se sentem parte importante dos eventos em jogo.
FANTASIA OU REALISMO?
No mundo real as pessoas morrem com um golpe de espada, morrem com uma flechada, morrem com uma pulhalada de uma adaga. Morrem até tropeçando em uma pedra e batendo de cabeça no chão!

Já em D&D os aventureiros enfrentam diariamente seres que desafiam a lógica. Como unir esses elementos em prol do jogo?
Não importa o cenário, D&D sempre será um jogo de heróis, então mesmo que a história peça um grau de realismo, não podemos deixar a fantasia de lado. E se a Peste Negra que assolou a Europa durante a Idade das Trevas fosse obra de um necromante maligno? E se a Guerra dos Cem Anos fosse resultado das maquinações de vampiros?
Sempre há espaço para a fantasia, mesmo no mais realista dos cenários. Só é necessário equilíbrio.