domingo, 26 de fevereiro de 2012

Aventurando-se como deuses


Continuando a série de postagens dos candidatos à autor do Dragão Banguela, trazemos aqui o texto do Mestre Hobbit...

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Se você não leu o título do artigo (porra!), este é um texto sobre o uso de divindades como personagens jogadores em D&D. Então, divirtam-se!

AVENTURANDO COMO DEUSES

Esta é uma matéria resumida que tem a missão de reportar como fazer para que aqueles jogadores maníacos por poder e glória, e que querem porque querem, jogar com os deuses de seu mundo não façam uma verdadeira cagada com todos os poderes do posto divino concedido a eles. Primeiramente é valido advertir que se você é um mestre novato, leia-se NOOB, não é aconselhável narrar esse tipo de aventura, pois você irá traumatizar-se e toda a sua vontade de mestrar irá pelo ralo em uma única campanha. Está matéria cita o D&D 3.5, pois ainda é o mais jogado, mas pode ser usada também no 4.0 apesar de ser uma merda.

COMO USAR OS DEUSES EM CAMPANHAS

Primeiramente você deve ter a coragem de propor aos PJ tal aventura. Depois que eles aceitarem você deve escolher em qual mundo você vai narrar, os mundos de campanha de D&D 3.5 já tem seus deuses pré-estabelecidos nada que é claro você não possa mudar, é sempre aconselhável fazer dos PJ filhos de deuses mais fortes, pois se eles derem bobeira ou quiserem se unir para destruir o mundo você pode arranca-los de seus postos de divindade é envia-los para o raio que os parta, para que aprendam a desgraçar com a aventura de outro e não com a sua. No Dungeons & Dragons, o livro de referência para este tipo de aventura é o Divindade e Semideuses e também o Manual dos Planos, para fazer os planos de existência das divindades dos jogadores. Para Forgotten Realms existe um ótimo suplemento que é o Crenças e Panteões, pode ser utilizado em campanhas em Faêrun.

Não seja um tolo, leia incessantemente os postos divinos antes de falar para o jogador qual é o seu posto no mundo. É aconselhável que você não deixe que criem um deus acima do posto divino 5 (categoria dos semi deuses) acima disso a coisa pode sair de controle. Todo deus tem um aspecto, que é o que ele segue, prega e acredita. Normalmente seus clérigos monges e druidas tem que acreditar e pregar isso. Quando da criação dos PJ não deixe que eles escolham aspectos diferentes demais entre si, pois um deus que tem o aspecto da vida, cura e ressurreição não se aliaria a uma divindade que tenha por sua vez os aspectos, morte, destruição e guerra por exemplo.

O que um deus enfrenta

Tudo o que há de mais exagerado e fodão no mundo seja ele qual for. Deixe sua mente trabalhar livremente, os PJ serão deuses, mas não serão indestrutíveis, o Livro dos níveis épicos é um ótimo lugar para recolher monstros, lembre-se que uma criatura de ND 20 vai ser um nada perto da divindade, então vale a pena fazer eles passarem aperto. Você não precisa necessariamente colocar 10 Tarrasque (que é uma criatura única) para o grupo enfrentar apenas faça uma progressão violenta e você terá um ótimo assassino de deuses. Além disso, eles podem enfrentar outros deuses de posto menor ou semelhante. Enfim você é o mestre mostre a eles quem manda, não deixando é claro que o jogo deixe de ser divertido para todos.
Tipos de Recompensa

Deuses não se preocupam com o ouro ou a prata, itens mágicos muito menos. A melhor recompensa é um deus subir de posto divino, o que irá aumentar seus poderes em gênero e grau, aumentando súditos, influência, poder mágico etc. Não forneça aos jogadores esse premio de graça, somente no final de uma campanha e depois de enfrentar muitos desafios.

Como interpretar um deus

Interpretando seu aspecto e principalmente sua tendência que é o que determina a personalidade. Por exemplo, um deus que têm o aspecto da cura não mataria um inimigo maligno logo de cara ele tentaria converte-lo primeiro para que assim ele se livre de toda a mácula da maldade. É importante você se definir qual seu principal aspecto, pois este vai ser seu principal domínio e em cima disso sua interpretação será baseada.

Algumas dicas:

1.Um deus não desce no plano material por pouca bosta, para isso existe o avatar.

2.Se eu te falar que te acertei eu te acertei otário o mestre sou eu.

3.No seu plano de existência nem sempre o deus é o mais forte, alguém pode tentar subjugar você.

4.Nenhum deus morre facilmente, mas isso não quer dizer que ele seja indestrutível, às vezes a prisão é o melhor caminho.

5.Não tem como drenar posto divino, se você quiser rebaixar o jogador faça isso utilizando um deus de maior posto divino.

6.A aventura não flui com grupos de tendências e domínios variados de mais, faça com que seus jogadores sejam aliados um do outro e não inimigos.

7.Em caso de uma aventura maligna que os outros deuses te ajudem a controlar os jogadores.

8.Lembre-se mestre: Você é o posto 21 do mundo essa cambada é toda submissa a você.

9.Tenha muitos dados você vai precisar deles.

10.Dar mais de 500 de dano não é exagero é necessário em aventuras como essa.

11.Engolir personagens pode não ser o mais viável quando o deus tem imortalidade e imunidade a elementos.

12.Para o mestre: Anote tudo, pense em tudo, tenha os livros sempre próximos, seus jogadores vão tentar arrebentar com você, eles sempre fazem isso.

13.O jogador deve ter liberdade para escolher símbolos, cores e a estrutura de sua igreja.


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

RPG e Arte


Como prometido, estou disponibilizando como Post do Leitor os posts da galera que participou do processo seletivo de novos autores do blog.

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Vale lembrar que eu mesmo entrei pro DB, justamente por causa dos posts do leitor (eu estreei a seção e provavelmente ainda sou o que teve mais posts publicados nela), então é bem interessante ver essa inversão.

Além disso, espero que isso encoraje a galera a mandar novos posts para que mantenhamos o blogue aquecido.

Então, pra início de conversa vamos ao texto do Barão Alexandr Von Newtzsche!


Olá galerinha, aqui que fala é o barão Alexandr Von Newtzsche, mas podem me tratar por barão!

Bem, hoje gostaria de trazer pra vocês uma discussão que tivemos em nossa última mesa de Game of Thrones, entre uma cervejinha e outra, Heirlyn, uma das jogadoras, perguntou ao mestre se em Westeros ( continente onde se passava a nossa aventura) a arte era vista da mesma forma que nós vemos em nosso mundo. Após quase uma hora de discurssão, chegamos a conclusão de que não sabíamos sequer definir o que é a arte.

Acabamos então, por esquecer completamente a sessão, e passamos praticamente o resto da tarde discutindo sobre arte ( pois é, somos à toa mesmo). Por definição, arte é toda a atividade humana de ordem estética que estimula a percepção, emoção e ideias em outros seres humanos.

Pegando como exemplo um filme, que é uma obra, constituída de vários aspectos (roteiro, atores, diretor, etc) e que tem como objetivo ser apresentado à uma audiência e obter algum tipo de resposta, seja ela através de emoções, reações subjetivas ou criativas. Opa, isso é arte

O mesmo vale para uma pintura, um livro, e mais recentemente até alguns videogames estão sendo considerados como arte ( vamos combinar que muitos de nós temos uma longa lista de jogos que consideramos pura obra de arte já faz um bom tempo), daí vem a pergunta: Barão, onde entra o RPG nisso tudo?



Ora, os RPGs agem da mesma forma, os mestres criam uma narrativa, de vez em quando até criam um mundo inteiro, de belezas e desafios incomparáveis, e cada um dos acontecimentos dessa narrativa, como em um filme ou em um livro, gera uma reação diferente em cada um dos jogadores.

Vejam só, como você se sentiria se seu tão amado companheiro de caça, seu fiel lobo de estimação, morresse? No mínimo ficaria triste, não é? E aquele sentimento que surge ao matar aquele dragão que assolava o vilarejo? É mais ou menos o que o mocinho de um filme deve sentir ao matar o vilão.

Pois então, não seria o RPG uma forma de arte?
O que vocês acham turminha?



E então, galera, o que acharam o texto do Barão? Deixem seu feedback nos comentários!