Ano novo e toda aquela lenga-lenga de sempre com o pessoal soltando foguete, enchendo a cara e fazendo promessas que não vão cumprir, para no dia seguinte verem que estão endividados e terão que voltar a trabalhar.
Mas é claro que a graça é poder fazer essa merda toda no fim do próximo ano e blablabla.
E aqui no Dragão Banguela eu, o Oráculo, faço meu triunfal retorno com as baterias recarregadas e um pouco de ressaca para mais uma porrada de artigos antes que vocês estraguem vossos malditos teclados apertando F5 na página inicial do blog (assinem o feed, porra).
E nada melhor pra iniciar o ano do que retomar as colunas que ficaram perdidas no limbo das páginas deste humilde blog, então chega de enrolar e cliquem logo no Leia Mais...
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Ok, para vocês dois ou três que não estão tirando férias em um paraíso tropical e estão de bobeira acessando o blog, nada melhor pra fazer nesse período de férias (pra vocês, não pra mim) do que assistir um bom filme. Melhor ainda é assistir um péssimo filme enquanto dá umas risadas com a galera ou dá uns amassos na namorada.
E é sobre isso mesmo que eu vou falar! Um péssimo filme baseado no mais famoso RPG do mundo! Afinal eu moro em um paraíso tropical e não posso curtir porque tenho que trabalhar, então me vingarei em vocês relembrando o maldito filme de Dungeons & Dragons, produzido pelo estúdio Silver Pictures em 2000, ano em que muita gente falava que o mundo ia acabar e se foderam quando chegou 2001.
"Mas, Oráculo, como conseguiram estragar um filme de Dungeons & Dragons se este é o melhor RPG do mundo?" - Você pode estar se perguntando.
E eu digo-vos que cineastas podem estragar qualquer coisa, por melhor que seja. Joel Schumacher conseguiu estragar o Batman. O BATMAN, cara! Ninguém fode com o Batman!
Então, no embalo do vindouro terceiro filme da série, vamos relembrar o primeiro longa metragem das nossas queridas masmorras e dragões.
TRAMA
Se tem algo que realmente se salva nesse filme é o trama principal. O desenvolvimento é péssimo, o final sofrível, os efeitos especiais são marromenos e o elenco é meio barro-meio tijolo, mas a trama principal é bem melhor do que muitos módulos famosos lançados pela TSR e Wizards.
A história se passa no Império de Izmer, um mundo exclusivo do filme, reforçando a ideia de que a terceira edição de D&D seria mais genérica, sem se prender a nenhum cenário específico.
Neste império a população se dividia em duas castas, os nobres e opressores Magos, a elite cheia da grana e os cidadãos comuns, os proletários deste mundo, assim como você ou qualquer um que for da sua família.
Ou seja, temos uma metáfora ao nosso mundo real em um filme de fantasia baseado em um RPG!
Mas a jovem e idealista Imperatriz Savina (interpretada por Thora Birch que, provavelmente, é mais conhecida pelo filme Beleza Americana e que parece uma Mariana Ximenes um pouco mais sem graça) deseja um mundo mais igual, com educação, saúde e distribuição de renda para todos, o que incomoda seriamente Profion (interpretado por Jeremy Irons, o único ator realmente famoso nesta joça e que dublou o Scar no fodástico Rei Leão da Disney), um mago DO MAL que planeja tomar o controle de Izmer.
Para tanto ele deve tomar o cetro que controla os Dragões Dourados, símbolo do poder em Izmer e carregado por Savina. Como não é uma ideia inteligente simplesmente arrancar o cetro das mãos da Imperatriz, Profion rola uns testes de Blefar para fazer com que o conselho acredite que Savina não é capaz de governar e que ele sim é o homem ideal para pegar no cetro.
Além disso ele conta com a ajuda de Damodar (Bruce Payne que você provavelmente conhece do seriado La Femme Nikita), um guerreiro que usa batom e acha que pode bancar o Wolverine, fazendo o papel clássico de ajudante do vilão com pouco cérebro e muita força.
Como não que perder a boca no governo, Savina planeja encontrar o lendário cetro que controla os Dragões Vermelhos, afinal a única maneira de se deter dragões é com mais dragões! Claro, afinal, nada melhor para deter um monte de lagartos gigantes cuspidores de fogo do que MAIS lagartos gigantes cuspidores de fogo.
Ei, os EUA jogaram uma bomba atômica no Japão e acabaram com a Segunda Guerra Mundial! Quem somos nós para julgá-la?
OS HERÓIS
Para auxiliá-la em seu plano para deter os sonhos molhados de Profion acaba contando com a ajuda dos dois jovens Ladinos Ridley (Justin Whalin, o Jimmy Olsen do seriado do Super-Homem. Você sabe, aquele com o Dean Cain e não essa bosta de Smallville) e Snails (Marlon Waynans, cujo único papel decente é o Rip Cord no filme dos G.I. Joes), porque provavelmente não tinha nenhum aventureiro melhor por aí.
A eles se unem Elwood, o anão de tamanho humano (interpretado por Lee Arenberg que eu nunca vi mais gordo, mas que o IMDB diz ter feito Robocop 3 e uma das séries do Jornada nas Estrelas), a aprendiz de maga Marina (Zoe Maclellan, que é tão desconhecida que eu não consigo nem pensar em uma piada pra fazer com sua carreira) e a elfa negra Norda (Kristen Wilson, cujo ápice da carreira foram os filmes do Dr. Dolittle que eu não assisti, então tirem vocês suas conclusões).
E é aí que começam os problemas do filme, pois o grupo simplesmente se une "porque sim", sem muitas explicações. As pessoas vão aparecendo na tela e logo em seguida estão todos juntos virando purpurina (falo disso logo mais). Não há muito espaço para o desenvolvimento dos personagens o que torna ainda mais árdua a tarefa de nos fazer nos importar com eles.
Mas convenhamos que a maioria das aventuras de RPG também é assim. Quantas aventuras de D&D não começam com a galera na taverna se unindo para uma missão sem o menor motivo para estarem juntos?
O problema é que fãs de RPG podem até compreender e perdoar isso, mas infelizmente, somos minoria e quem não conhece Dungeons & Dragons simplesmente não se convence com esses heróis.
(D)EFEITOS ESPECIAIS
Ok, estamos falando de um filme com mais de dez anos de idade e com um orçamento de "apenas" 35 milhões de Obamas (o que pro cinema é uma mixaria). Tendo isso em vista até que os efeitos enganam bem.
Os dragões e outros monstros como o Beholder, são claramente digitais, mas até que interagem bem com o cenário. O problema mesmo é a caracterização dos personagens.
Pra começar temos um anão com a barba mais falsa do mundo e que é claramente do tamanho de uma pessoa normal. Não se deram nem a trabalho de contratar um ator que fosse realmente baixo, muito menos diminuí-lo digitalmente. Ora, até o Roberto Gomes Bolaños tinha umas jogadas de câmera pra fazer o episódio da Branca de Neve (Churi Churin Fun Flais!!!).
As armaduras são feitas de plástico tão vagabundo que faz parecer que Changeman é uma mega produção hollywoodiana de primeira linha. Na verdade, os efeitos especiais do filme inteiro lembram muito o Power Rangers Força Mística!
CONCLUSÃO
Dungeons & Dragons não faz juz ao RPG no qual se originou. Tem uma trama que poderia originar um excelente filme sobre uma guerra civil num mundo de fantasia medieval, mas ao invés disso o que temos são atuações pouco inpiradas, lutas mal coreografadas e efeitos especiais de baixa qualidade.
E pra piorar tudo, o filme tem o pior final de todos os tempos. Alguém me explique por favor, por que picas os aventureiros viram todos um monte de purpurina no final do filme? Isso não faz sentido algum!
Que foi? Contei o final do filme? Ora, vocÊs tiveram onze anos pra assistir o filme! Spoilers tem prazo de validade!
Como dito lá no começo esse é aquele típico filme pra se ver nas férias ou naquele domingo preguiçoso, sem muito compromisso com uma história bem elaborada. Apenas estoure umas pipocas, pegue uns refrigerantes e curta o filme. Quem sabe a história não o inspira a uma boa sessão de RPG?
PS.: O filme contido no link para download abaixo está em inglês e sem legendas. Não consegui encontrar nenhuma legenda que ficasse sincronizada com o filme, então se virem. Ora, estamos em 2011! Se você não fez um curso de inglês pelo menos deveria ter aprendido algo com esse tempo todo na frente do videogame!
4SHARED
Dungeons & Dragons: A Aventura Começa Agora
Sobre o Autor:
O Oráculo é o segundo em comando no Blog do Dragão Banguela e escreve sobre nerdices em geral no Dimensão X. Mago e Inspetor de Equipamentos nas horas vagas. Apesar de tudo ainda bota fé no terceiro filme de D&D. |
Não se esqueça da aventura oficial do primeiro filme =D
ResponderExcluirhttp://www.wizards.com/dnd/article.asp?x=movie/mx20001208c
O Beholder ter sido enganado pelos aventureiros foi a pior coisa que vi no filme (com uma pedrinha? Uma mísera pedrinha?).
ResponderExcluirOutra coisa que acho que o filme falhou foi na caracterização dos personagens. Apesar de ser clichê, poderiam ter feito por exemplo, os típicos magos barbudos, cabeludos e velhos, figurinos não tão extravagantes, e por aí vai (e pelos deuses, trocar esse anão escroto).
O 2º filme também é uma bosta, mas é "menos pior" que o primeiro (eu disse "menos pior" e não "melhor" que o primeiro).
Sobre o 3º filme, humm, já estou sentindo cheiro de bosta queimando, mas espero que eu esteja enganado.
Quanto ao filme e legendas sincronizadas. Vocês podem baixar o filme via torrent neste link aqui:
http://thepiratebay.org/torrent/3822346/Dungeons__amp__Dragons_2000_DivX_ENG
E as legendas no site www.legendas.tv (é necessário se cadastrar). O link da legenda é essa aqui:
http://legendas.tv/index.php?opcao=buscarlegenda&filme=6216
O arquivo é o Dungeons.&.Dragons.DVDRip.DivX.LoS.PiRaTaS®.by.Kurgan
Qualquer coisa o Oráculo baixa a Legenda e o Torrent e depois coloca no 4shared (aqui no trampo o 4shared é bloqueado) =(
Abraços galera!
Até acho que o figurino ficou bem apropriado para o visual da terceira edição (maguinhos barbudos aparentemente morreram com o AD&D), mas ainda assim ficou artificial demais.
ResponderExcluirQuanto ao torrent esse link que você passou foi o mesmo que eu coloquei no 4shared, já as legendas eu tentei todas as do site Open Subtitles, mas nenhuma ficava em sincronia com o filme, geralmente ficava muito atrasada.
Vou tentar as desse outro site e se ficarem boas eu atualizo o artigo.
Ainda não assisti o segundo filme, mas ouvi falar bem dele. Claro que isso não quer dizer que o filme seja bom, apenas "menos pior".
Nesse filme não salva nada. E não culpem os efeitos ou o orçamento. O Feiticeiro e o Dragão(Dragonslayer 1981) além de ser mais antigo e ter custado a metade, ainda eh, na minha opinião, o melhor exemplo de D&D no cimema.
ResponderExcluirGrana não compra uma boa história (apesar de ser mais fácil pagar bons roteiristas) e efeitos especiais não garantem uma boa trama.
ResponderExcluirAvatar custou uma burlesca fortuna e tem a mesma história da Pocahontas ou de qualquer outra trama ambientada em alguma espécie de mundo a ser colonizado. Nossa literatura está cheia de histórias assim!
E Chaves é um clássico inigualável mesmo com seu orçamento equivalente a um sanduiche de presunto e uma tubaína!
O maior erro como eu apontei no artigo foi a direção que eles deram na história que é a mais óbvia e infantil possível. Poderia ser um filme sobre uma guerra civil em um mundo de fantasia medieval, como praticamente todos os Final Fantasies, mas ao invés disso temos um tremendo desperdício de grana.
Isso sem falar na cena em que um dragão morre porque uma porta-levadiça cai em cima dele.
Era uma porra de um DRAGÃO!!! A porta era feita de que? Adamantium? Se as Lanças do Dragão fossem feitas do mesmo material dessa porta a Guerra da Lança durava uma meia hora!
a "melhor" parte é quando os dois ladinos estão fugindo, no início do filme, e eles caem em um monte de lixo. Do meio dos detritos sai o anão, que tava dormindo ali não se sabe porquê (não tinha nem uma pc pra pagar a estalagem), e depois de uma rasteira nos vilões (isso mesmo, o anão DEU UMA RASTEIRA) ele já tava plenamente integrado no grupo! Nem no meu grupo um pj entrava com uma explicação tão furada, e olha que a gurizada só avacalha na mesa de jogo. Uma verdadeira pérola da tosquice!
ResponderExcluirO anão deu um improved trip meu amigo, só acho que ele era cheater, pq não tinha int 13 nem ferrando.
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