terça-feira, 10 de julho de 2012

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Mais um post da série "Quero ser um Autor do Dragão Banguela!"


Esse povo gosta mesmo de sofrer pra querer entrar pra esse blogue! O cabra de hoje foi tão preguiçoso que além de não mandar imagem ainda mandou um post sem nome! A preguiça dele superou todos os níveis do Trapaceiro!

Com a palavra o senhor Anselmo Chagas:

Eai pessoal,
Eu queria falar sobre algo que me incomoda muito quando eu jogo rpg com meus amigos (principalmente D&D 3.5): a ‘fosdassidade’ do jogador.
Antes de ontem, estava conversando com meu amigo e perguntei como andava a campanha que ele estava jogando e a resposta foi a seguinte:
‘Ah, no domingo muita gente faltou, então eu tive que jogar sozinho. Mas eu só fiz coisa simples, sabe? Eu SÓ desci até o inferno e matei Orcus, o príncipe dos demônios, e os outros três demônios mais fortes do Livro dos Monstros em UMA rodada. Depois eu fui até um outro continente e, sabe, tinha um deus do sol me enchendo o saco, então eu tive que matar ele e todos os clérigos dele... Não assim tão difícil, eu só levei UMA rodada.’
Esse é o tipo de coisa que faz meu fígado revirar! E quando eu pergunto como um mestre que joga à 15 anos pode permitir algo do tipo as respostas são sempre as mesmas: ‘Ah, mas não sou eu que sou foda, é o mundo que o mestre criou’ ou ‘Não, ele nem tava tão foda assim, era só o senhor de todos os demônios’.
Esse meu amigo é o tipo do cara que decorou as regras do livro do jogador e de vários suplementos, e sempre que alguém tenta fazer algo diferente ele vem logo chiando ‘Ah, mas no livro isso, no livro aquilo’. E o foda é que não é só ele. A minha cidade está infestada de jogadores paga-paus das regras que sabem como fazer uma bola de fogo se 1km de raio com a Quintessencia do Elfo.
Poxa, eu curto jogos mais ‘pé-no-chão’, mas old-school, onde você tem que ralar pra conseguir o que quer.
Jogadores como esse meu amigo nunca saberão o quão mágico é conseguir uma espada mágica que é a única arma eficiente contra o grande senhor da montanha, depois de passar por inúmeras dificuldades e ficar à beira da morte uma ou duas vezes.
Eles simplesmente diriam, ‘Eu vou é usar um desintegrar nesse cara e que se foda essa espada, eu faço uma muito melhor, sozinho.’
Como eu já disse em um comentário aqui mesmo no DB, acho que, se a magia existisse no mundo real, da mesma forma que existe no rpg, ela seria algo difícil de controlar e restrita para pouquíssimas pessoas, como é a física quântica hoje em dia, e um mago teria que estudar e treinar pra caramba pra conseguir fazer uma mísera bola de fogo (que nós RPGistas tanto menosprezamos).
E, mais: magos (e outras classes) dominam todo o tipo de magia (dominação de elementos, magia mental, telecinésia) além de coisas, ao meu ver, ridículas, como ‘alarme’, ‘superfície escorregadia’ ou ‘andar sobre o ar’.
É claro que, em um mundo com magia, muita coisa pode ser feita, mas, nem por isso, tem que ser fácil. Exemplo:
Um nobre mago perdeu um braço em batalha. Ele se recorda que, em seus anos de estudo, leu algo sobre uma magia antiga e proibida que pode regenerar membros perdidos, mas ela era muito complicada e apenas os grandes druidas das montanhas gélidas do norte a conheciam.
O mago então ingressaria em uma longa jornada cheia de dificuldades para chegar aos sábios druidas do norte e convencê-los a ajudá-lo.
Mas, se fosse aqui na minha cidade funcionaria assim: ‘Ah, você paga umas moedas de ouro pra um druida de nível alto e ele recupera seu braço, agora pode continuar a chacinar legiões inteiras de demônios’.
Poxa... Assim já é demais!

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