quinta-feira, 30 de julho de 2009

Post do Leitor: Scans - Divulgação ou Pirataria?


Olá Vermes!

Hoje, presenteio vocês com mais um Post do Leitor.
O participante de hoje já deu as caras por aqui (na verdade foi o estreiante da sessão! Que lamentável, já é o 2º post do cara e alguns de vocês ainda não tiveram coragem de tentar o primeiro, tsc tsc, espero mais de vocês leitores...), então agora é com você Oráculo...


...


Scans - Divulgação ou Pirataria?



Pirataria, violação de direitos autorais, scans proibidos... Estes assuntos acabaram ficando em evidência ultimamente, o que me motivou a escrever este texto.
Sejamos francos, todo mundo já fez um download de conteúdo alheio na vida! Vamos lá, não vão dizer que ninguém nunca baixou uma musiquinha sequer? Esta com certeza é uma discussão sem fim, de um lado os detentores de direitos autorais que se dizem roubados, enquanto do outro estão os usuários da Teia Digital, baixando arquivos para seu uso. Porém, no âmbito desta pequena comunidade de jogadores de RPG, a discussão sobre tal só começou com o lançamento do Livro do Jogador de D&D 4ª edição (blaaargh!). Bem, o blog, até onde eu sei é focado em downloads, 90% das postagens tem links com materiais para serem baixados, em sua maioria de AD&D, embora outros sistemas também apareçam raramente.
Alguns ficaram impressionados com a rapidez com a qual o material chegou à internet, enquanto outros reclamaram que isso atrapalha os lançamentos de material traduzido aqui no país. Mas quem está certo afinal? Eu diria que ambos... e ninguém!


Scans - Preservação digital ou pirataria?



Um dos periféricos mais úteis que um computador pode ter é um scanner. Para quem esteve em torpor nas últimas décadas, trata-se de um equipamento que tira cópias de um documento impresso, seja este a sua carteira de identidade ou até mesmo um livro inteiro, página por página.
É claro que além dos usos óbvios em relação às atividades profissionais, muita gente usa o scanner para a pirataria. As leis são bem claras, "xerocar" um livro sem a autorização de seu autor é crime, portanto, scannear um livro também é um crime. Pois é, mãos na cabeça todos vocês, somos todos criminosos!
Porém, essa, como muitas outras leis no Brasil não funciona muito bem. Primeiro porque não há muito como se controlar quem copia o livro, além do mais, se a pessoa possui o livro original ela não é considerada criminosa, por estar apenas "preservando digitalmente" seu material. Eu mesmo, recentemente digitalizei todo o Livro dos Monstros de AD&D 2ª edição! A preservação digital é uma boa maneira de se manter um documento que com o tempo será perdido, afinal, o papel se deteriora com o tempo, enquanto um arquivo digital pode, ao menos em teoria, durar para sempre.
Preservar um documento digitalmente não deve ser considerado a mesma coisa que a pirataria, afinal se você está preservando um documento, presume-se que você possua o original! Porém, quando o mesmo documento acaba se espalhando pela rede, existe o risco de que as pessoas prefiram fazer o download gratuito ao invés de comprar o livro original, e é aí que a caveira e os ossos cruzados começam a atacar...



Pirataria X Direitos Autorais


Creio que (embora não possa provar), a maioria das pessoas que scaneiam um livro estão apenas querendo preservá-lo para futuras gerações e divulgá-lo, para que outros possam se interessar e comprá-lo. Pelo menos é o que eu fiz em relação ao Livro dos Monstros do AD&D, e creio que o objetivo deste blog seja exatamente o mesmo.
Porém, é impossível negar que hajam pessoas que querem apenas fazer o download para economizar. É preciso deixar de lado a hipocrisia para tratar deste assunto, afinal será que ninguém nunca fez um download sem ter o material original? Eu mesmo possuo dezenas de livros de D&D e AD&D 1ª edição que foram publicados há quase trinta anos atrás. Será errado eu querer aproveitar um material que a própria TSR abandonou?
Existe a questão dos direitos autorais, e para um autor pode parecer ultrajante que sua obra seja "dada" a desconhecidos sem que ele receba os lucros por isso, mas existem materiais que já estão fora de linha a tempos, a própria ânsia das editoras em lançar novas edições (mesmo que as mudanças sejam mínimas como em D&D 3,5) se encarrega disso. Percebam que com o lançamento da 4ª edição de D&D, todo o material da 3ª edição será perdido no limbo, pois tanto a Wizards quanto a Devir já anunciaram que não darão mais suporte a esta linha (o que é lamentável, pois a 4ª edição é mais um jogo separado do que uma continuação da 3ª edição).
Mas e quanto ao caso do scan do Livro do Jogador da 4ª edição? Podemos afirmar que quem gostar do jogo irá comprar a versão impressa, mas vejamos um pouco as coisas pela ótica de um escritos de RPG. Os autores do livro recebem os direitos autorais em cima da venda dos livros, se ele vende muito ele ganha bem (não tão bem assim na verdade, afinal um escritor não é um engenheiro ou advogado), se o livro vende mal simplesmente não serão impressas novas tiragens e o material vai para o limbo.
O lado artístico do escritor quer que todos leiam seu material, porém é obvio que o lado capitalista quer que isso seja feito por um preço. É a mesma coisa com as músicas, com a grande diferença é que os músicos ganham mais dinheiro fazendo shows do que vendendo CDs, enquanto os escritores dependem apenas da venda dos livros. Se todos os que baixam os arquivos e realmente gostam do livro simplesmente compram o dito cujo, vive-se perfeitamente bem, não importa o que os Grão-Mestres capitalistas digam, pois, mesmo com os scans os livros são vendidos.
O ponto é que, vivemos num país com pouca tradição em leitura, o que faz com que os livros saiam caros demais. Além do fato de que livros não são uma forma de cultura muito difundida no país, existe o fato de que um livro de RPG custa muito mais para ser produzido do que qualquer outro livro com o mesmo número de páginas, isso porque, a grande maioria dos manuais e suplementos de RPG tem pelo menos papel colorido, grande número de ilustrações, capa dura, papel especial e todas aquelas coisas que enchem os olhos. Isso é claro tem um custo, que acaba sendo repassado para nós meros mortais.
Não estou defendendo as editoras, o Livro do Jogador tem um preço abusivo, mas desafio a qualquer um encontrar um livro com mesma qualidade e tratamento gráfico com um preço MENOR do que o do Livro do Jogador de D&D 3,5.
É claro que isso não é desculpa para sairmos baixando tudo por aí, mas com certeza não dá para sair comprando todos os livros interessantes que saem para cada sistema de RPG, pelo menos não sem ficar com o orçamento detonado!
Se os livros ficam caros demais o público simplesmente deixa de comprar, preferindo os scans que são gratuitos, o que pode ocasionar com que a Devir pare de traduzir os RPGs estrangeiros, fazendo-nos ficar sem material em português.



Soluções?


Sejamos francos, vivemos num país de terceiro mundo. Sim, a situação hoje em dia é muito melhor do que a dez anos atrás, mas ainda assim o povo brasileiro em geral não tem o mesmo poder aquisitivo que na América do Norte ou na Europa, por isso ter m livro com a mesma qualidade que o original em inglês é ao mesmo tempo bom, por termos materiais de grande qualidade, mas também um atrativo para evitar a compra do material original, dando preferência aos scans gratuitos.
Uma solução possível seria as editoras disponibilizarem versões "baixa-renda" dos livros de RPG, com menos ilustrações, papel de qualidade um pouco inferior, capa mole, etc. Sim, o visual ficaria um lixo em relação o original, mas pelo menos ficaria barato o suficiente para todos comprarem.

Porém essa é uma sugestão minha, que talvez nem mesmo possa ser seguida, pois talvez no contrato das editoras estrangeiras com as nacionais possa existir um parágrafo que dite que o livro nacional deva ser o mais fiel ao original o possível, mesmos assim essa sugestão serve para mostrar que existem outras saídas pra resolver os problemas.

Outro meio que já vem sendo utilizado em pequena escala é o das "versões de teste", ou seja, versões mais simples dos livros para serem lidas no próprio computador. Se as editoras apostassem nesse seguimento, certamente poderiam lançar versões de teste de seus maiores títulos para os jogadores "sentirem o gostinho" de jogar o seu jogo, e se gostarem compram o livro impresso e completo.
Na verdade, a integração entre a mídia impressa e a virtual deve ser feita, pois não há como escapar da realidade de que os scans estão aí para ficar. Ao invés de combatê-los as editoras devem sim é aprender a usá-los de forma que não diminuam seus lucros, mas sim aumentem sua margem de fãs.
É claro que sempre existirão aqueles que irão baixar as versões scaneadas e jamais gastarão um mísero centavo em um livro de verdade, mas esse tipo de sujeito existe desde que pegavam nossos discos de vinil emprestados pra gravar em fita...

Este foi mais um texto escrito pelo leitor Oráculo!
Neste link você pode conferir o post dele chamado Builders e a Interpretação.
Abaixo os stats do Oraculo:

* O seu nome real: Ygor da Silva Vieira
* O seu apelido (se tiver um): Oráculo
* A sua idade: 22 anos
* Sistema que mais gosta de jogar: Lobisomem: O Apocalipse e AD&D
* Há quanto tempo joga RPG: jogar a sério mesmo... desde 2001. Mas conheço RPG desde 1995!

Por hoje é isso pessoal!

Espero que criem coragem e enviem o seu Post do Leitor para ser publicado aqui no blog. Se tiver culhões suficientes basta acessar este link para saber como participar.

19 comentários:

  1. Bem, não que tenha muito haver com o post acima, mas só para formalização.

    Muitos meteram o cacete na 4ª Edição, dizendo que não iriam comprar nem ler e tal, para minha surpresa, no 4shared onde hospedo os meus arquivos, ele é o arquivo virtual mais baixado, com cerca de 735 downloads, quase o dobro de download do Livro do Jogador do AD&D que era um dos mais baixados.

    Se metade dos que baixaram o arquivo compraram o livro, já é alguma coisa.

    Geralmente, todo o livro nacional de RPG que eu tenho em pdf, eu possuo a cópia original do mesmo, salvo rarríssimas situações (como alguns dos livros de classe que não tenho), mas na medida do possível, irei comprando estes livros posteriormente.

    Como exemplo cito o Ravenloft, nunca joguei o da 3ª Edição que saiu aqui, li por cima o arquivo em pdf que tenho dele scaneado, quando vi que o livro estava barato, comprei ele, mesmo que talvez eu nunca vá jogar (o que acho difícil da minha parte).
    Mas como bom leitor e comprador de livros de RPG, fiz a minha parte!
    =D

    Grande abraço galera, e parabéns Oráculo, muito bom o texto.

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  2. Primeiramente obrigado por ter gostado do texto. É muito gratificante ver minhas obras publicadas por aqui.

    Bem... basicamente existem dois tipos de "baixadores", aqueles que fazem downloads para terem um aperitivo do material e futuramente comprá-lo, e aqueles que simplesmente baixam e não comprarm livro algum, mesmo que tenham condições para tal.

    O primeiro tipo é um tipo saudável, ao qual pelo menos 90% dos frequentadores deste site pertence. Esses "baixadores" só vem a fortalecer a cena RPG no Brasil, pois ajudam o crescimento do hobby comprando livros originais e divulgando os desconhecidos através de PDFs.

    Já o segundo tipo, infelizmente nada tem a acrescentar, pois baixa os livros sem jamais desenbolsar um centavo com um livro de papel. É claro que existem outros fatores, como o preço e a má distribuição das lojas de RPG no país, mas é triste saber que existem jogadores que moram nas grandes capitais, tem condições de comprar os livros e mesmo assim ficam só nos donwloads (e eu não estou inventando, basta procurar em qualquer fórum para constatar esta triste verdade).

    Como o Trapaceiro disse, se metade das pessoas que baixaram o D&D4 de fato comprarem o livro será uma conquista em tanto. Não pelo jogo em si, pois ainda sou contra a nova edição, mas sim em defesa do nobre hobby chamado RPG.

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  3. Sobre a pirataria de informação, citando um pouco o texto acima, seria muito interessante que cada pessoa que baixasse um livro o tivesse fisicamente. Como com a inclusão digital a todo o vapor, eu não considero pirataria o fato de ter um livro em ambiente virtual, a pirataria é querer lucrar em cima disso. Se eu baixasse o livro e imprimisse p&b, e depois xerocasse aos montes, eu teria meu lugar no inferno dos pirateiros. Mas se o arquivo está disponível no ambiente virtual, então se eu pago uma internet caríssima, me sinto no direito de baixar o livro, e eu gostando (sou colecionador de livros de RPG com mais de 100 aqui em casa fisicos..) eu compro.

    Abraços!

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  4. Pois é FenrirX, esse negócio de pirataria é bem complicado, fica difícil definir no mundo virtual realmente o que é pirataria.

    Por exemplo, será que os livros que eu posto aqui são piratas?

    Do meu ponto de vista não, talvez seriam materiais piratas se eu tivesse colocado aqueles links que geram Paypal (a cada click no link de download é gerado uma quantia x de centavos de dollar para mim),dessa maneira sim eu estaria lucrando em cima de um material que não me pertence, de outra forma (apenas disponibilizando o material para salvaguarda) acredito que não deve ser considerado pirataria.

    O esquema de xerox eu tenho que dar uma conferida, pois se não me engano há uma lei dos copiadores (vi isso em um mural lá na PUC/RS falando sobre o direito de xerocar livros) que o usuário pode ter uma (e apenas unicamente uma) cópia de um livro xerocado e não pode tentar lucrar nada sobre esta cópia, irei dar uma conferida.

    Já digo que este papo irá dar o que falar hehehe.

    Grande abraço pessoal.

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  5. Gostei da matéria
    Eu por exemplo, comprei o livro Fortaleza no Pendor das Sombras. Me arrependi por dois motivos, o primeiro é que realmente não gostei, achei que D&D4.0 teria ainda um fundo que interpretação. O segundo motivo é que ganhei ele um tempo depois hehe.

    Eu acabei baixando o D&D4.0 aki no blog e não gostei, ja ta la lixeira [acho q até ja saiu de la] ha um bom tempo. Seria dinheiro perdido na minha opinião se tivesse comprado.

    Porém, o livro do mestre 3.5, eu baixei ele, achei interessante, e comprei depois. [assim como os livros da linha Eragon, e alguns livros da linha Deltora Quest, que baixei e comprei todos].

    O assunto é complicado msm, repetindo o que disse, a materia ficou realmente boa.

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  6. O fato do acesso àinternet ser caro ou não, não tem relação nenhuma com o donwload de livros ou de qualquer outra coisa, FenrirX.

    Quando você paga para acessar a rede está pagando ao provedor de acesso e não ao autor dos livros. Imagine se no meu trabalho eu recebesse uma ordem de serviço via e-mail e o cliente se recusasse a pagar porque ele já pagou pelo direito de acessar o e-mail! Não faz sentido algum!!!

    A internet ainda é cara no Brasil (mas se compararmos com a uns três anos atrás eram mais cara ainda), mas acessar a internet não garante apenas a possibilidade de fazer downloads, mas também de acessar outros tipos de informação que são gratuitas, como este site, por exemplo.

    Imagine-se no caso de um autor de um livro para ter idéia da situação. É claro que se o livro é baixado e depois comprado o autor sai no lucro de qualquer jeito, e ainda ganha divulgação gratuita, sem depender de revistas ou outros sites aos quais ele pagaria para ter seu material divulgado. Mas infelizmente nem todo mundo que baixa os livros de fato compra o material físico, alguns por não poderem (os livros infelizmente ainda são caros), outros por mera comodidade.

    A minha sincera opinião é: todos tem o direito de baixar os livros (a não ser que o autor do livro afirme ser contra isso, pois se ele o escreveu, a obra é mais dele do que da editora), porém quem puder tem como obrigação moral comprar pelo menos aqueles que mais gostar. Só assim o hobby poderá evoluir e se fortalecer mais ainda.

    A falta de compradores arruinou AD&D no Brasil, mas neste caso foi mais culpa da Abril e da Devir do que dos jogadores. Porém aquela era uma época em que o salário mínimo não passava dos R$ 80,00. Hoje em dia, falem bem ou mal do governo, a situação do país nos permite ter mais acesso aos livros, por isso todos tem que fazer sua parte para que os RPGs continuem sendo publicados oficialmente por aqui!

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  7. Realmente uma excelente matéria.

    Confeço que tenho muitos livros apenas digitalizados e acreditava piamente que seria simples realizar as sessões apenas com os arquivos ou mesmo imprimindo alguns (se for para imprimir em uma boa resolução, o custo também sairá alto).

    No entanto, vi que nada se compara a versão original e física, quando se pensa em praticidade e qualidade.

    Dessa maneira, através das versões digitais, conheci diversos materiais e corri (na verdade continuo correndo, rs...) atrás daqueles que realmente me interessam.

    Quanto a sugestão da impressões com "menor" qualidade, sem duvida é uma boa saida... e se a preocupação é com a pranchas (desenhos ou figuras)... já comprei livros (não de RPG)onde apenas as páginas ilustradas é que foram impressas em papel especial. Com relação as capas, não vejo qualquer problema em que sejam em capas moles, basta olharmos para os livros de Classe... as capas bem ilustradas e atrativas, só não possuem a mesma resistência que as capas duras.

    Parabéns pelo texto.

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  8. Os livros de GURPS são um ótimo exemplo de livros de qualidade a um preço justo. São em preto e branco, com capa mole, poucas ilustrações, mas muito material. Desde regras até dicas de ambientação.

    Recentemente comprei o GURPS Psiquismo na loja virtual da Devir a R$ 10,00 (e parece que era a última cópia, porque quando olhei a página de novo não tinha mais o dito cujo).

    Muito material que vemos recentemente é composto mais de visual do que de texto, o que é muito bom do ponto de vista estético, mas acrescenta pouco ao jogo.

    Às vezes, uma imagem vale mais do que mil palavras, mas mesmo assim ainda precisamos LER para podermos jogar RPG!

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  9. muito boa a matéria.....
    eu possuo bastante livros em formato digital.......e eu sou a favor da pirataria,( do ponto de vista positivo é claro)e eu já comprei a maior parte da minha coleção de livros de RPG em formato 'físico'.............e afinal de contas eu conheci o RPG pela internet.......e por isso eu sou a favor da piaratia( light side of 'pirataria') =P

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  10. A maior dúvida fica em relação aos materiais antigos, como os lançados aqui.

    AD&D foi abandonado pela TSR a mais de 10 anos, assim como pela Abril Jovem e pela Devir, por isso será que baixar os livros em formato digital sem comprá-los pode ser considerado pirataria? Assim como emular um jogo de Super Nintendo que não saiu na rede do Nintendo Wii também é considerado um crime?

    Afinal esses são produtos que os próprios detentores dos direitos autorais abandonaram. Se alguém compra um livro de AD&D certamente será num sebo ou das mãos de um jogador, ou seja, a editora não receberá nada por ele, e consequentemente os autores também não.

    Eu possuo muitos livros de AD&D e D&D primeira edição em inglês arquivados no meu PC e apesar de ter vontade de tê-los em formato de livro mesmo (porque é muito melhor ler assim do que na tela de um PC), sei que não será fácil encontrá-los, o que é lamentável, pois mesmo antigas estas linhas tem idéias muito boas. Eu mesmo estou pra iniciar uma longa campanha com usando aventuras clássicas de AD&D como A Tumba dos Horrores, O Templo do Mal Elemental, etc.

    Creio que baixar materiais "abandonados" não possa ser considerado crime, afinal D&D1 é muito diferente de AD&D, assim como D&D3/3,5 é muito diferente de AD&D e por fim, D&D4 é muito diferente de D&D3/3,5. Não só nas regras como na ambientação, por isso se alguém quer material de fantasia medieval com foco maior na interpretação ainda terá que procurar no AD&D e por isso recorrer aos scans.

    Não creio, contudo, que seja um lado bom da pirataria, pois, pelo menos aqui, ninguém lucra com os scans, pelo menos não com dinheiro, mas sim com os excelentes materiais que ficaram perdidos no tempo.

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  11. É você tem razão oráculo. Acho que ter esses materias que as editoras já abandonaran não é considerado pirataria, ou é?

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  12. bom...sou um jogador das antigas mesmo. Na época que a cópia xérox corria solta por falta de opção de compra e capital mesmo. Os livros originais são exageradamente caros e somente aqueles que eu vejo na net e me despertam interesse, eu passo a comprá-los. O resto fica de forma digital.
    Ultimamente eu tenho imprimido todos os materiais da saudosa TSR para ter a minha coleção D&D (classic) e AD&D completa. Como foi dito os livros nem são mais impressos.

    Claro que olhar minha prateleira com os livros que outrora eu só sonhava em comprar compensa toda a tinta, papel e trabalho de costurar o módulo e fazer capas.

    resumo: acredito na net como opção de se ver antes de se gastar. Quem tem condição de comprar, não perde tempo imprimindo e tendo o livro em qualidade inferior. Ele compra.

    novos abraços
    Kenku

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  13. Alguns autores inclusive disponibilizam material de forma gratuita, quando estes saem de linha. Um bom exemplo disto é Marcelo Cassaro que começou a disponibilizar ele mesmo a revista Holy Avenger e outros materiais no 4shared. http://www.4shared.com/dir/13233212/9178faa4/sharing.html

    Considero esta uma excelente iniciativa.

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  14. Como já foi dito antes, o assunto dos scans pode gerar assunto "ad infinitum", por isso gostaria de escrever uma conclusão pessoal minha:

    * Scans distribuidos e baixados apenas como meio de divulgação não podem ser considerados pirataria se o divulgador não lucrar por isso. Ou seja, se o divulgador do arquivo usa User Chash ou coisa parecida (onde ele ganha uma mixaria a cada clique no link), ele está sim cometendo um crime, mas nos demais casos (como o deste blog) pode-se tratar apenas como divulgação.

    * O ideal é sempre comprar o material original pois é isso que impuliona a indústria. Não adianta nada termos muitos jogadores de RPG pelo país se menos da metade deles compram os livros.

    * Muitos afirmam que o material baixado serve apenas pro leitor ter uma "amostra grátis" do material. Alguns se dão ao luxo de afirmar que quem baixa o material deve armazená-los por no máximo 24 horas e depois comprar o original. Isso na verdade é uma grande besteira, pois ninguém lê um livro em menos de 24 horas. Porém, ainda assim a alternativa da "amostra grátis' é bem funcional, pois quem gostar vai acabar comprando o livro mesmo. Poderia-se então usar um prazo de validade que realmente seja válido, como o dos programas de computador em versão trial, que geralmente funcionam por uns 30 dias.

    * Materiais antigos não geram mais grana alguma a seus autores (a não ser que venha a ser republicado), por isso não vejo mal algum em baixá-los, mas mesmo assim ainda prefiro comprar em algum sebo ou até mesmo no estoque das editoras. Isso engloba quase tudo o que foi postado aqui, como D&D1, AD&D, Hero Quest... aliás, curiosamente, com o lançamento da 4ª edição e o fim do suporte à 3ª edição qualquer um pode partir desse princípio e baixar seus livros sem peso na consciência...

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  15. Concordo, muito bem observado suas argumentações.

    Infelizmente no Brasil a carga tributária acaba comprometendo mais ainda o valor final dos livros.

    Porém há também uma outra parcela de "baixadores". Aquelas crianças até seus 14, 15 anos que não trabalham, este na realidade é o melhor mercado consumidor ao meu ver pois eles tem tempo de sobra para jogar e não tem dinheiro para comprar, ai recorrem a baixar.

    Vc dirá: "Mas os pais podem comprar!", mas vamos ser sinceros... que pai quer gastar 70 conto num livro que não é de histórias(ao ver deles). E os filhos que os pais não comprariam por injustamente dizer que o jogo é maligno?

    Essa turminha recorre aos downloads e sem eles jamais conheceriam o jogo. Quando se tornarem adultos podem vir a comprar pois apreciaram o hobby descoberto nos downloads.

    Mas um dia li sobre um artigo do Diário de São Paulo se não me engano. E o cara em resumo dizia "Os direitos autorais não tem o mesmo valor na internet e nunca terão".

    A WOTC é um outro exemplo, eu sou um cara que gosto de manter as coisas no PC e acho 10 mil vezes melhor procurar coisas num PDF(ctrl+F) do que num livro. A WOTC cortou a venda dos PDFs oficiais por causa da pirataria. Resultado... passei a aderir à pirataria, pois ela me proporciona os livros no formato que gosto, coisa que a produtora tentando evitar deixou de fornecer e acabou perdendo um cliente e tendo o efeito reverso.

    A realidade é que não adianta proibir PDFs, os caras vão e escaneam. A qualidade é a mesma que o PDF oficial? Não! Mas é de graça não é? Então se baixa não mudando nada. WOTC perde clientes para a pirataria do mesmo jeito. A única coisa que eles conseguiram foi o DDI, que por outro lado começaram com a mesma palhaçada e os assinantes estão reclamando que foi o playtest do Psion que não tem nenhum poder na revista apenas links. Mas gente, que raio de cara quer uma revista que tem meio conteúdo e tem que ficar abrindo o browser para ver um poderzinho sendo que quando lançar o tão protegido PHB3 ele será escaneado com todos esses poderes?

    Sinceramente as vezes penso que a sede de vitória sobre os piratas da wizard está comprometendo a satisfação de seus assinantes.

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  16. Cara vou ser sincero, acho que se as empresas fossem honestas elas poderiam inibir a pirataria criando uma imagem positiva delas mesmas.

    Veja...

    Tenho um parente escritor e digo... os escritores ganham menos de 5% do valor de cada unidade. Ou seja, muito pouco.
    Esse mesmo parente me contou que o livro sai da editora a 30 conto e é vendido a 80(+100% de lucro).

    Por isso vejo a pirataria de CD, PDF, LIVRO ou seja o que for não como uma forma de crime e sim uma maneira que o povo achou de protestar contra os altos preços.

    Eu duvido que alguém baixe um livro que custa 20 conto(a menos que esteja com preguiça de sair de casa comprar). Contesto o preço do livro do jogador pelo seguinte. O livro do meu familiar que sai a 30 tem capa dura, folha de qualidade semelhante, é lotado de ilustrações e é colorido. Ai vem a pergunta... pq não abaixar os preços? Sendo que os vendedores não vendem a 50, mas sim a 120.

    O CD que sai 30 e custa menos de 3 não é desrespeito com o cantor não, pois ele ganha o que interessa que é o prestígio(pq o lucro é muito pequeno para ele) e aquela música direto na rádio pq todos pedem. Quem perde é a produtora e perde bem feito, pois roubar a população desse jeito merece punição. E a população apenas protesta e se defende através da pirataria que nada mais é que uma junção de Boicote com Material a preços acessíveis. Por acaso se eu e meu vizinho pagarmos um livro e usarmos o mesmo é pirataria? Se eu emprestar um CD de música para o outro é pirataria? A internet apenas facilita esta troca que normalmente ocorreria.

    Só que cobrar impostos absurdos não é crime, preços altíssimos não é crime, empresas com descaso com o consumidor não é crime(Não a Devir, mas citando muitas empresas). Agora quando o consumidor joga tudo isso contra a empresa e diz "melhor vc melhorar senão vc vai ver", ai sim é crime?

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  17. Dizer que o público alvo do RPG (em sua maioria jovens, que não podem trabalhar) não paga o material porque não tem como pagar por eles é um tanto exagerado, afinal crianças pequenas não podem comprar seus brinquedos e os pais acabam desembolsando preços às vezes absurdos por uma boneca ou um carrinho de controle remoto.

    A Devir, assim como qualquer empresa precisa lucrar pra continuar funcionando, e como são praticamente os únicos no ramo do RPG é claro que eles acabam abusando no preço.

    Baixar material pela internet como forma de protesto pode ser considerado uma maneira válida, mas existe outro ponto, pois mesmo eles abusando nos preços eles são praticamente os únicos que traduzem este tipo de material.

    Com fãs devemos divulgar o hobby e os scans são uma forma eficiente de fazer isso, mas também devemos ter a consciência de que também devemos COMPRAR os livros, senão a Devir e as demais editoras vão acabar partindo pra outro ramo, ou talvez até memso aumentando ainda mais o preço dos livros para cobrir os prejuízos com a falta de vendas.

    Lembrem-se que a Abril cancelou sua linha de RPG em parte pelos preços abusivos e também em parte porque as pessoas tiravam xerox dos livros. Somando-se esses dois fatos ficamos órfãos de AD&D traduzido muito prematuramente.

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  18. A tendência e essa, descobri em uma entrevista com a Devir que a cada livro comprado 10 são baixados ilegalmente pela internet e o numero ta subindo, daqui uns 20 anos e provável que a Devir pare de traduzir livros de RPG, e também pode acontecer do D&D virar um projeto igual tagmar. Então faz um esforço para comprar os livros originais (apesar dos preços).

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  19. Parabéns pelo post, segue uma linha de pensamento muito exata do mundo de hoje, pessoal eu mesmo quando morava em minha cidade natal, comprei, livros 3.0 todos, e tão logo depois saiu o 3.5, ai putz, la vai comprar de novo, não tinha uma renda bacana, ralava feito um #$!@@# para comprar meus livros, e meus amigos jogarem. Devo ter la na casa de minha mãe uns 2 mil reais em livros, e por ai vai, lançamentos atraz de lançamentos e separando varios conteúdos para lucrar mais devido a pirataria, mas como o Oraculo disse, e os que a devir e wizards não fazem mais. acho que temos que rever esse conceito de pirataria, já que ninguém está lucrando nisso, e realmente divulgando.

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