Saudações, macacada!
Aqui no blog, como vocês devem saber, eu, o Oráculo estou organizando um grupo de RPG virtual através da plataforma RRPG Firecast.
Atualmente o primeiro grupo já tem personagens ganhando XP, passando de nível e outros quase morrendo. Mas o sucesso desta mesa foi tanto que atendendo a pedidos eu organizei uma segunda mesa.
Para acompanhar as desventuras deste novo grupo basta clicar no Leia Mais...
...
Este segundo grupo joga aos sábados a partir das 23:00. O sistema, como sempre é o queridíssimo AD&D 2ª edição e o cenário é o clássico Forgotten Realms. Como no primeiro grupo eu estou me utilizando de módulos de aventuras da primeira edição de Dungeons & Dragons, com algumas modificações, principalmente em relação ao cenário, já que na primeria edição praticamente só havia o mundo de Mystara.
O grupo é composto por:
Stern Velorien - Humano, Ranger - Jogador: Saulo
Wargor Barba Prateada - Anão, Guerreiro/Clérigo de Helm - Jogador: Bruno
Ingroh Elwonfin - Humano, Paladino de Tyr - Jogador: Raphael
Everaska Naïlo - Elfo, Ladrão/Mago - Jogador: Leandro
Urik Bloodwar - Anão, Clérigo de Moradin - Jogador: Jonas
Aqui podemos notar uma grande diferença entre os dois grupos. Enquanto o primeiro grupo tem um representante de cada uma das classes básicas (guerreiro, mago, clérigo e ladrão, o quarteto clássico de D&D) e mais um druida, neste segundo grupo, além de termos dois multiclasse (guerreiro/clérigo e ladrão/mago), ainda temos a maior concentração de personagens com poderes divinos em um mesmo grupo. Exceto por Everaska todos os demais personagens jogadores do grupo tem acesso a magias divinas, embora o Ranger só terá acesso a elas em níveis avançados.
Pois bem, vamos ao Diário de Campanha da primeira sessão, lembrando sempre que eu destaco as falas mais importantes, seja para a trama de uma maneira geral, seja para demonstrar a personalidade do personagem. Lembrando também que o módulo utilizado só será revelado após o final da saga (e se tudo der certo ele será disponibilizado para download).
Capítulo Um - Uma Cidade Feminista
Local: Baronato de Gulluvia, nos limites entre Sembia e a Terra dos Vales.

Este pequeno Baronato, ausente em muitos mapas e de pouca expressividade econômica só é conhecido pelo curioso fato de sua população ser predominantemente feminina. Além disso, os poucos homens que vivem na cidade são considerados cidadãos de segunda classe. O pequeno baronato era governado por Lady D'hmis, uma obesa baronesa, com esta estranha aversão a pessoas do sexo masculino.
Porém, quis o destino que cinco seres do sexo masculino chegassem até Gulluvia e causassem mudanças que futuramente seriam drásticas para esta região. Contudo, somente o tempo nos dirá se são mudanças positivas ou negativas.
Everaska Naïlo foi o primeiro a chegar. Como um aventureiro profissional, sempre em busca da emoção de uma nova caçada ele logo foi atraído pela notícia de que Lady D'hmis oferecia uma recompensa para aqueles que pudessem resgatar uma jóia de valor sentimental que fora-lhe roubada e escondida nas ruínas de um antigo palácio.
Em um primeiro momento o elfo Everaska estranhou o fato da mansão de Lady D'hmis ser vigiada por guardas mulheres. Na verdade ele não viu nenhum guarda do sexo masculino nesta cidade!
Na mansão ele foi recebido pela rotunda Lady D'hmis, que lhe oferecera uma recompensa para que ele encontrasse o jóia que lhe fora subtraída. Provavelmente, para D'hmis, era mais fácil pagar um estranho para fazer o serviço do que sacrificar alguma de suas guardas, afinal, se algum aventureiro morresse na viagem, não lhe faria falta alguma.
Neste memso momento uma das guardas anunciara a chegada de mais um forasteiro à mansão de D'hmis. Tratava-se de Stern Velorien, um caçador seguindo os passos do pai.
Stern ouvira falar sobre a proposta de D'hmis na taverna local, a Leoa de Prata e resolvera aceitar a oferta de serviço. Contudo, D'hmis dissera-lhes que a recompensa deveria ter de ser dividida. Ainda assim, quinhentas moedas de ouro ainda era muito mais dinheiro do que eles já haviam visto em toda a vida, mesmo se tivessem de dividí-las!
Curiosamente, Stern tratava o elfo Everaska como alguém mais jovem que ele, o que causava certa indignação no elfo, que com certeza vivera bem mais do que o jovem caçador.
Dias antes, um guerreiro andarilho rumava a Gulluvia. Era Ingroh, um homem em busca de vingança contra o maligno Leon Serus, um cavaleiro que devastara sua terra natal. De acordo com as últimas pistas que tinha, Leon estava em Gulluvia, portanto Ingroh iria para lá fazer justiça com as próprias mãos. A justiça de Tyr, divindade guia deste jovem paladino.
No meio do caminho o jovem Ingroh encontrara uma família de fazendeiros que rumava para Sembia para tentar vender suas mercadorias. Ingroh insistira em acompanhá-los e protegê-los de possíveis monstros, mesmo que a estrada para Sembia fosse o caminho oposto de Gulluvia.
Ingroh fora avisado pelos fazendeiros para tomar cuidado com Gulluvia, pois aqueles do sexo masculino não eram nem um pouco bem vindos lá. Após passar a noite em uma pequena estalagem na região fronteiriça de Sembia, Ingroh novamente se pos em seu caminho para Gulluvia, na esperança de que Leon ainda estivesse por lá.

Contudo, outras pessoas também tinha interesse em rumar para Gulluvia. Um deles era Wargor Barba Prateada, ex-membro de uma companhia de batedores. Wargor afastara-se da vida militar após sua companhia ser emboscada por um grupo de bandidos, causando a morte de muitos de seus companheiros e o desaparecimento de outros, sendo um deles Warmor, seu pai. Wargor vagara pelos Reinos em busca de qualquer pista que o levasse a seu pai e as últimas notícias que ele tivera era que Warmor estaria em Gulluvia ou em suas proximidades. Buscando forças em sua fé em Helm, o deus vigilante, o anão fora até o baronato.
O último forasteiro interessado em ir até Gulluvia era Urik Bloodwar. Este jovem anão (jovem para os padrões dos anões, obviamente), fervoroso sacerdote de Moradin, criador da raça anã, tinha como objetivo encontrar um "coração de pedra", perdido nas ruínas de um antigo palácio dos anões. Ele deveria encontrá-lo para salvar a vida de seu mestre Trafnar, que fora acometido por uma estranha moléstia que o mataria em breve.
Os três se encontraram no Leoa de Prata, no mesmo momento em que Everaska e Stern estavam na mansão de Lady D'hmis.
Ao ver Urik, o único anão além dele, Wargor foi puxar assunto:
Wargor: Bom dia.
Urik: Bom dia, irmão. Desejas algo?
Wargor: Desculpe incomodar, mas não pude deixar de perceber que você também não é daqui. Posso me sentar?
Antes que Urik pudesse responder, Ingroh, que também havia chegado a pouco no Leoa de Prata ouvira a conversa e se intrometera:
Ingroh: Viajantes tambem? Desculpe incomodar, mas eu ouvi assim por relance. Prazer, Ingroh Elwonfin, Paladino de Tyr!
Urik: Vim de longe, de Portal de Baldur. Me chamo Urik Guerra no Sangue, sou um Clérigo do poderoso Moradin!
Wargor: Wargor do Clã Barba Prateada, das Montanhas do Crepusculo, sigo Helm e admiro muito Tyr
Ingroh: Venho de Erebus, um feudo antes muito conhecido, mas agora que somos conhecidos, vieram a esse baronato com essas belas mulheres por que motivo?
Urik explicou então que estava em missão sagrada, enquanto Wargor contou que estava em busca de seu pai. Os três aproveitaram para se conhecer e também para perguntar ao taverneiro se havia mais algum templo no local.
Em verdade, Gulluvia não era um local reconhecido por sua religiosidade. Havia apenas um pequeno templo dedicado a Chauntea, deusa da agricultura, e mesmo assim na maior parte do dia o templo ficava fechado, pois a sacerdotisa ficava junto com os trabalhadores na lavoura, abençoando o serviço para que a colheita fosse farta.
Os três resolveram mesmo assim ir ao templo, mas não antes de Ingroh tentar cantar a garçonete...
Ingroh: Sabia que você tem olhos lindos?
A jovem garçonete não responde, ficando mais corada que um pimentão.
Ingroh: Voltarei daqui a pouco, e conversaremos melhor. (Ingroh dá uma pisca o olho para a garçonete)
Garçonete: S-s-sim, s-s-senhor!
Os três aventureiros foram então tentar encontrar alguém no templo de Chauntea, um local muito humilde, visto que a deusa não aprovava uma vida de muitas posses materiais. Infelizmente descobriram que não havia, de fato, ninguém no local. Resolvem então voltar à Leoa de Prata tentar conseguir alguma informação.
Urik (falando em idioma anão): Já ouviu falar sobre Coração de Pedra de Moradin?
Wargor (falando em idioma anão): Infelizmente não, Urik.
Urik (falando em idioma anão): Preciso encontrar essa pedra, ela pode estar por estas terras. Amanhã ou ao anoitecer irei no templo a Chauntea saber se eles conhecem a pedra.
Wargor (falando em idioma anão): Certo, irei com você.
Urik (falando em idioma anão): Tudo bem irmão. Lhe agradeço.
Wargor então chama a garçonete que ao ver Ingroh sentado junto aos anões ficar corada e com um sorriso mal disfarçado.
Wargor: Senhora, fiquei sabendo que está acontecendo uma cerimônia pelos clérigos de Chautea, você poderia nos dar alguma informação a respeito?
A garçonete responde sem tirar os olhos do paladino.
Garçonete: A cerimônia ocorre todos os dias, para abençoar a lavoura. Fica a poucos minutos de caminhada daqui.
Neste momento Everaska e Stern chegavam juntos à Leoa de Prata. Everaska Naïlo acaba pensando alto demais:
Everaska: Aventureiros! Será que também querem a recompensa?
Ao ver os viajantes Ingroh abre um largo sorriso como se os conhecesse desde sempre:
Ingroh: Prazer novos viajantes, meu nome é Ingroh Elwonfin, Paladino de Tyr! Nao se acanhe, velho elfo, puxe uma cadeira e sente-se com a gente!
Wargor: Que quis dizer quando entrou na taberna?
Everaska: Oras, há rumores por todos os lados! Lady D'hmis contrata aventureiros.
Ingroh: Não soube dessa noticia, tenho que estar mais atento. Mas, conte-me mais, que tipo de aventura?
Everaska: Há bandidos escondidos em uma ruina de um palacete, a poucas horas de viagem a noroeste. Eles detêm um item de grande valor sentimental a Lady D'hmis.
Ingroh: Bandidos? Me conte mais.
Urik (falando em idioma anão para Wargor): Um elfo, e mais humanos. Não confio neles.
Wargor (falando em idioma anão para Urik): Podemos encontrar mais informações, eles parecem ser aventureiros.
Urik (falando em idioma anão para Wargor): Humanos são ganaciosos, e se souberem da pedra, podem querer possuí-la.
Everaska: Enfim, há uma recompensa a ser dividida.
Ingroh: Nao ligo pra recompensas, só desejo justiça!
Everaska (cochichando para Stern): O maldito é um paladino!
Ingroh: Sabem mais detalhes sobre esses bandidos?
Everaska: Sabe como são os nobres, e principalmente as nobres: Ela já considerou o maior dos favores se dignar a falar comigo para o contrato, imagine tentar arrancar informações extras.
Ingroh: Mulheres... Por falar em mulheres, preciso resolver um assunto pendente.
Neste momento, Urik desejou se ausentar e foi tentar conseguir um quarto. O Leoa de Prata tinha acomodações humildes, portanto mesmo um sacerdote poderia pagar com suas parcas posses.
Urik: Esse quarto é para mais de uma pessoa?
Taverneiro: São acomodações individuais, meu senhor, mas alguém do seu tamanho pode dividir o quarto com outra pessoa sem problema.
Urik: O que você disse taverneiro?
Taverneiro: Ora, me perdoe, senhor... mas não estamos acostumados com pessoas tão diminutas... sois um anão, certo?
Urik: Sim, humano. Mas não enfureça um anão.
Taverneiro: Eu tinha um primo assim... ele nasceu defeituoso.... pernas curtas, traseiro grande... pobre diabo... só não era barbado como você e o outro... ele é seu pai?
Urik: Anões são perfeitos, e isso são imperfeições humanas, o que você acabou de me dizer.
Taverneiro: Não enfurecerei os senhores. Para compensar minha ignorância uma rodada de cerveja para todos os cinco!
Everaska: Que bom, eu não poderia pagar mesmo! Continue a nos enfurecer, gentil taverneiro
Urik: Não quero cerveja humana. Pode ficar.
Temendo problemas Ingroh puxa Urik pra um canto:
Ingroh: Acalme esses animos de anão, nao sabemos o que esse povo pode fazer.
Urik: Você tem medo? Nós anões não temos medo. Com licença, irei para o quarto descansar.
Ingroh: Não é medo, é apenas discrição.
Na mesa Wargor continuava olhando desconfiado para os recém chegados, principalmente o elfo Everaska:
Everaska: Mestre Wargor, é certo que a beleza élfica prende os olhos, mas vosso olhar fixo começa a me deixar desconfortável.
Wargor: Sei que a beleza élfica prende aos olhos, mas meu olhar não é para ela nobre elfo!
Após esta frase Wargor se levanta e vai procurar Urik em seu quarto. Ambos conversam no idioma nativo de sua raça.
Urik: O que foi?
Wargor: Posso falar com você um instante?
Urik: Diga Wargor.
Wargor: Está tudo bem?
Urik: Porque perguntas?
Wargor: Apesar de ter lhe conhecido hoje, sei que está irritado... O taberneiro não sabe o que fala, ele mal conhece seu proprio povoado, é uma pobre alma. Você tem um proposito maior,isso só lhe afasta de seus objetivos.
Urik: Sim Wargor, sim. Sabe, não tenho pena de fracos. Sou um Clérigo, mas não sou bomzinho. Fracos merecem a derrota, e se provocam a ira de um forte, merece ser derrotado, entende?
Wargor: Entendo... Guarde essa energia para focá-la em sua missão.
Urik: Mas sei que eu poderia ser preso pela guarda, então eu não o abati.
Wargor: Desculpe, não quero incomodá-lo mais, descance.
Urik: Wargor, quero descansar realmente. Se puder fazer um favor? Se souber que o templo de Chantea está com os membros no templo onde poderemos conversar com eles, você me avisa aqui?
Wargor: Claro! Agora descançe, que moradim esteja sempre com você!
Nesse meio tempo, Ingroh contava novamente a história de seu povoado destruído pelo maligno cavaleiro Leon Serus. Pouco depois Wargor volta à mesa.
Ingroh: E o Urik, está melhor?
Wargor: Sim, já conversei com ele.
Após o retorno de Wargor os aventureiros retomaram o assunto sobre a tarefa oferecida por Lady D'hmis.
Ingroh: Onde precisamos ir para pedirmos mais informações?
Stern: Meu caro amigo paladino, acho que não precisa ir a lugar algum. Tanto eu quanto o jovem elfo estivemos com a baronesa hoje cedo, ela já falou bastante (porra nenhuma por sinal) e vá por mim pelo jeito que ela nos tratou, o fato de vocês irem lá não vai mudar muita coisa.
Taverneiro: O jovem homem tem razão... Se ela ver os anões é capaz de mandá-los serem chicoteados em praça publica!
Ingroh: E ela é bonita?
Stern: Bonita? Haha depende da sua coragem!
Everaska: Não há necessidade de nova audiência, ela nos autorizou a reunir um grupo.
Everaska e Stern continuam contando os detalhes de sua visita à Lady D'hmis e das ruínas do palácio onde os ladrões poderiam estar escondidos. Wargor se lembra da descrição de um antigo palácio dos anões que Urik lhe passara quando se conheceram e imaginiou que isso pudesse o levar a pistas de seu desaparecido pai. Ingroh acabou aceitando a tarefa também, pois jamais se recusava a um pedido de ajuda, ou qualquer outra coisa que razoavelmente parecesse com um pedido de ajuda. Antes disso, porém, o paladino mais uma vez procura a garçonete ruiva.
Ingroh: Vamos ao meu quarto?
Garçonete: M-m-mas, s-s-senhor! E-e-eu mal conheço o senhor! Meu nobre guerreiro, não sei se as mulheres de seu reino são tão fáceis assim, mas mesmo que tenhas um porte nobre eu não me entrego para um desconhecido!
Ingroh: Entao, me desculpe senhora, depois podemos conversar, entao?
Garçonete: Seria uma honra conversar... CONVERSAR!
Novamente, Wargor vai conversar com Urik, sempre no idioma dos anões:
Urik: O que foi Wargor?
Wargor: Acho que tenho uma boa informação.
Urik (abre a porta do quarto): Informação?
Wargor: Descobrimos com os outros aventureiros que uma nobre local está contratando aventureiros para encontrar uma joia e essa joia parece ser um coração.
Urik: O que?
Wargor: Não pode ser o que procuras?
Urik: Sim Wargor! Essa jóia pode ser a que procuro. Mas veja, ela tem que ser minha e eu preciso levá-la até meu mestre.
Wargor: Primeiro vemos se ela é realmente o que procura.
Urik: Entende a gravidade? Se ela for a pedra que procuro, eu terei que leva-la para meu mestre.
Wargor: É a nossa unica pista. Daremos um jeito meu irmão.
Urik: Tudo bem. Isso fica só entre nós então. Moradin está conosco.
Os aventureiros então decidem dormir na estalagem e na manhã seguinte rumarem para as ruínas encontrarem a jóia. Cada membro do grupo tem objetivos distintos, Everaska e Stern estão apenas atrás de um pouco de ação e, quem sabe, uma recompensa. Ingroh, apenas deseja que seus feitos heróicos sejam reconhecidos, Urik tem o claro objetivo de encontrar a jóia, mas não desejaria entregá-la a D'hmis ou qualquer outra pessoa, enquanto Wargor deseja ajudar seu irmão de raça, na esperança de que encontre pistas sobre o paradeiro de seu pai.
Conseguirá um grupo tão distinto assim permanecer unido e sobreviver? Descubram nos próximos capítulos!
Aqui no blog, como vocês devem saber, eu, o Oráculo estou organizando um grupo de RPG virtual através da plataforma RRPG Firecast.
Atualmente o primeiro grupo já tem personagens ganhando XP, passando de nível e outros quase morrendo. Mas o sucesso desta mesa foi tanto que atendendo a pedidos eu organizei uma segunda mesa.
Para acompanhar as desventuras deste novo grupo basta clicar no Leia Mais...
...
Este segundo grupo joga aos sábados a partir das 23:00. O sistema, como sempre é o queridíssimo AD&D 2ª edição e o cenário é o clássico Forgotten Realms. Como no primeiro grupo eu estou me utilizando de módulos de aventuras da primeira edição de Dungeons & Dragons, com algumas modificações, principalmente em relação ao cenário, já que na primeria edição praticamente só havia o mundo de Mystara.
O grupo é composto por:
Stern Velorien - Humano, Ranger - Jogador: Saulo
Wargor Barba Prateada - Anão, Guerreiro/Clérigo de Helm - Jogador: Bruno
Ingroh Elwonfin - Humano, Paladino de Tyr - Jogador: Raphael
Everaska Naïlo - Elfo, Ladrão/Mago - Jogador: Leandro
Urik Bloodwar - Anão, Clérigo de Moradin - Jogador: Jonas
Aqui podemos notar uma grande diferença entre os dois grupos. Enquanto o primeiro grupo tem um representante de cada uma das classes básicas (guerreiro, mago, clérigo e ladrão, o quarteto clássico de D&D) e mais um druida, neste segundo grupo, além de termos dois multiclasse (guerreiro/clérigo e ladrão/mago), ainda temos a maior concentração de personagens com poderes divinos em um mesmo grupo. Exceto por Everaska todos os demais personagens jogadores do grupo tem acesso a magias divinas, embora o Ranger só terá acesso a elas em níveis avançados.
Pois bem, vamos ao Diário de Campanha da primeira sessão, lembrando sempre que eu destaco as falas mais importantes, seja para a trama de uma maneira geral, seja para demonstrar a personalidade do personagem. Lembrando também que o módulo utilizado só será revelado após o final da saga (e se tudo der certo ele será disponibilizado para download).
Capítulo Um - Uma Cidade Feminista
Local: Baronato de Gulluvia, nos limites entre Sembia e a Terra dos Vales.
Este pequeno Baronato, ausente em muitos mapas e de pouca expressividade econômica só é conhecido pelo curioso fato de sua população ser predominantemente feminina. Além disso, os poucos homens que vivem na cidade são considerados cidadãos de segunda classe. O pequeno baronato era governado por Lady D'hmis, uma obesa baronesa, com esta estranha aversão a pessoas do sexo masculino.
Porém, quis o destino que cinco seres do sexo masculino chegassem até Gulluvia e causassem mudanças que futuramente seriam drásticas para esta região. Contudo, somente o tempo nos dirá se são mudanças positivas ou negativas.
Everaska Naïlo foi o primeiro a chegar. Como um aventureiro profissional, sempre em busca da emoção de uma nova caçada ele logo foi atraído pela notícia de que Lady D'hmis oferecia uma recompensa para aqueles que pudessem resgatar uma jóia de valor sentimental que fora-lhe roubada e escondida nas ruínas de um antigo palácio.
Em um primeiro momento o elfo Everaska estranhou o fato da mansão de Lady D'hmis ser vigiada por guardas mulheres. Na verdade ele não viu nenhum guarda do sexo masculino nesta cidade!
Na mansão ele foi recebido pela rotunda Lady D'hmis, que lhe oferecera uma recompensa para que ele encontrasse o jóia que lhe fora subtraída. Provavelmente, para D'hmis, era mais fácil pagar um estranho para fazer o serviço do que sacrificar alguma de suas guardas, afinal, se algum aventureiro morresse na viagem, não lhe faria falta alguma.
Neste memso momento uma das guardas anunciara a chegada de mais um forasteiro à mansão de D'hmis. Tratava-se de Stern Velorien, um caçador seguindo os passos do pai.
Stern ouvira falar sobre a proposta de D'hmis na taverna local, a Leoa de Prata e resolvera aceitar a oferta de serviço. Contudo, D'hmis dissera-lhes que a recompensa deveria ter de ser dividida. Ainda assim, quinhentas moedas de ouro ainda era muito mais dinheiro do que eles já haviam visto em toda a vida, mesmo se tivessem de dividí-las!
Curiosamente, Stern tratava o elfo Everaska como alguém mais jovem que ele, o que causava certa indignação no elfo, que com certeza vivera bem mais do que o jovem caçador.
Dias antes, um guerreiro andarilho rumava a Gulluvia. Era Ingroh, um homem em busca de vingança contra o maligno Leon Serus, um cavaleiro que devastara sua terra natal. De acordo com as últimas pistas que tinha, Leon estava em Gulluvia, portanto Ingroh iria para lá fazer justiça com as próprias mãos. A justiça de Tyr, divindade guia deste jovem paladino.
No meio do caminho o jovem Ingroh encontrara uma família de fazendeiros que rumava para Sembia para tentar vender suas mercadorias. Ingroh insistira em acompanhá-los e protegê-los de possíveis monstros, mesmo que a estrada para Sembia fosse o caminho oposto de Gulluvia.
Ingroh fora avisado pelos fazendeiros para tomar cuidado com Gulluvia, pois aqueles do sexo masculino não eram nem um pouco bem vindos lá. Após passar a noite em uma pequena estalagem na região fronteiriça de Sembia, Ingroh novamente se pos em seu caminho para Gulluvia, na esperança de que Leon ainda estivesse por lá.
Contudo, outras pessoas também tinha interesse em rumar para Gulluvia. Um deles era Wargor Barba Prateada, ex-membro de uma companhia de batedores. Wargor afastara-se da vida militar após sua companhia ser emboscada por um grupo de bandidos, causando a morte de muitos de seus companheiros e o desaparecimento de outros, sendo um deles Warmor, seu pai. Wargor vagara pelos Reinos em busca de qualquer pista que o levasse a seu pai e as últimas notícias que ele tivera era que Warmor estaria em Gulluvia ou em suas proximidades. Buscando forças em sua fé em Helm, o deus vigilante, o anão fora até o baronato.
O último forasteiro interessado em ir até Gulluvia era Urik Bloodwar. Este jovem anão (jovem para os padrões dos anões, obviamente), fervoroso sacerdote de Moradin, criador da raça anã, tinha como objetivo encontrar um "coração de pedra", perdido nas ruínas de um antigo palácio dos anões. Ele deveria encontrá-lo para salvar a vida de seu mestre Trafnar, que fora acometido por uma estranha moléstia que o mataria em breve.
Os três se encontraram no Leoa de Prata, no mesmo momento em que Everaska e Stern estavam na mansão de Lady D'hmis.
Ao ver Urik, o único anão além dele, Wargor foi puxar assunto:
Wargor: Bom dia.
Urik: Bom dia, irmão. Desejas algo?
Wargor: Desculpe incomodar, mas não pude deixar de perceber que você também não é daqui. Posso me sentar?
Antes que Urik pudesse responder, Ingroh, que também havia chegado a pouco no Leoa de Prata ouvira a conversa e se intrometera:
Ingroh: Viajantes tambem? Desculpe incomodar, mas eu ouvi assim por relance. Prazer, Ingroh Elwonfin, Paladino de Tyr!
Urik: Vim de longe, de Portal de Baldur. Me chamo Urik Guerra no Sangue, sou um Clérigo do poderoso Moradin!
Wargor: Wargor do Clã Barba Prateada, das Montanhas do Crepusculo, sigo Helm e admiro muito Tyr
Ingroh: Venho de Erebus, um feudo antes muito conhecido, mas agora que somos conhecidos, vieram a esse baronato com essas belas mulheres por que motivo?
Urik explicou então que estava em missão sagrada, enquanto Wargor contou que estava em busca de seu pai. Os três aproveitaram para se conhecer e também para perguntar ao taverneiro se havia mais algum templo no local.
Em verdade, Gulluvia não era um local reconhecido por sua religiosidade. Havia apenas um pequeno templo dedicado a Chauntea, deusa da agricultura, e mesmo assim na maior parte do dia o templo ficava fechado, pois a sacerdotisa ficava junto com os trabalhadores na lavoura, abençoando o serviço para que a colheita fosse farta.
Os três resolveram mesmo assim ir ao templo, mas não antes de Ingroh tentar cantar a garçonete...
Ingroh: Sabia que você tem olhos lindos?
A jovem garçonete não responde, ficando mais corada que um pimentão.
Ingroh: Voltarei daqui a pouco, e conversaremos melhor. (Ingroh dá uma pisca o olho para a garçonete)
Garçonete: S-s-sim, s-s-senhor!
Os três aventureiros foram então tentar encontrar alguém no templo de Chauntea, um local muito humilde, visto que a deusa não aprovava uma vida de muitas posses materiais. Infelizmente descobriram que não havia, de fato, ninguém no local. Resolvem então voltar à Leoa de Prata tentar conseguir alguma informação.
Urik (falando em idioma anão): Já ouviu falar sobre Coração de Pedra de Moradin?
Wargor (falando em idioma anão): Infelizmente não, Urik.
Urik (falando em idioma anão): Preciso encontrar essa pedra, ela pode estar por estas terras. Amanhã ou ao anoitecer irei no templo a Chauntea saber se eles conhecem a pedra.
Wargor (falando em idioma anão): Certo, irei com você.
Urik (falando em idioma anão): Tudo bem irmão. Lhe agradeço.
Wargor então chama a garçonete que ao ver Ingroh sentado junto aos anões ficar corada e com um sorriso mal disfarçado.
Wargor: Senhora, fiquei sabendo que está acontecendo uma cerimônia pelos clérigos de Chautea, você poderia nos dar alguma informação a respeito?
A garçonete responde sem tirar os olhos do paladino.
Garçonete: A cerimônia ocorre todos os dias, para abençoar a lavoura. Fica a poucos minutos de caminhada daqui.
Neste momento Everaska e Stern chegavam juntos à Leoa de Prata. Everaska Naïlo acaba pensando alto demais:
Everaska: Aventureiros! Será que também querem a recompensa?
Ao ver os viajantes Ingroh abre um largo sorriso como se os conhecesse desde sempre:
Ingroh: Prazer novos viajantes, meu nome é Ingroh Elwonfin, Paladino de Tyr! Nao se acanhe, velho elfo, puxe uma cadeira e sente-se com a gente!
Wargor: Que quis dizer quando entrou na taberna?
Everaska: Oras, há rumores por todos os lados! Lady D'hmis contrata aventureiros.
Ingroh: Não soube dessa noticia, tenho que estar mais atento. Mas, conte-me mais, que tipo de aventura?
Everaska: Há bandidos escondidos em uma ruina de um palacete, a poucas horas de viagem a noroeste. Eles detêm um item de grande valor sentimental a Lady D'hmis.
Ingroh: Bandidos? Me conte mais.
Urik (falando em idioma anão para Wargor): Um elfo, e mais humanos. Não confio neles.
Wargor (falando em idioma anão para Urik): Podemos encontrar mais informações, eles parecem ser aventureiros.
Urik (falando em idioma anão para Wargor): Humanos são ganaciosos, e se souberem da pedra, podem querer possuí-la.
Everaska: Enfim, há uma recompensa a ser dividida.
Ingroh: Nao ligo pra recompensas, só desejo justiça!
Everaska (cochichando para Stern): O maldito é um paladino!
Ingroh: Sabem mais detalhes sobre esses bandidos?
Everaska: Sabe como são os nobres, e principalmente as nobres: Ela já considerou o maior dos favores se dignar a falar comigo para o contrato, imagine tentar arrancar informações extras.
Ingroh: Mulheres... Por falar em mulheres, preciso resolver um assunto pendente.
Neste momento, Urik desejou se ausentar e foi tentar conseguir um quarto. O Leoa de Prata tinha acomodações humildes, portanto mesmo um sacerdote poderia pagar com suas parcas posses.
Urik: Esse quarto é para mais de uma pessoa?
Taverneiro: São acomodações individuais, meu senhor, mas alguém do seu tamanho pode dividir o quarto com outra pessoa sem problema.
Urik: O que você disse taverneiro?
Taverneiro: Ora, me perdoe, senhor... mas não estamos acostumados com pessoas tão diminutas... sois um anão, certo?
Urik: Sim, humano. Mas não enfureça um anão.
Taverneiro: Eu tinha um primo assim... ele nasceu defeituoso.... pernas curtas, traseiro grande... pobre diabo... só não era barbado como você e o outro... ele é seu pai?
Urik: Anões são perfeitos, e isso são imperfeições humanas, o que você acabou de me dizer.
Taverneiro: Não enfurecerei os senhores. Para compensar minha ignorância uma rodada de cerveja para todos os cinco!
Everaska: Que bom, eu não poderia pagar mesmo! Continue a nos enfurecer, gentil taverneiro
Urik: Não quero cerveja humana. Pode ficar.
Temendo problemas Ingroh puxa Urik pra um canto:
Ingroh: Acalme esses animos de anão, nao sabemos o que esse povo pode fazer.
Urik: Você tem medo? Nós anões não temos medo. Com licença, irei para o quarto descansar.
Ingroh: Não é medo, é apenas discrição.
Na mesa Wargor continuava olhando desconfiado para os recém chegados, principalmente o elfo Everaska:
Everaska: Mestre Wargor, é certo que a beleza élfica prende os olhos, mas vosso olhar fixo começa a me deixar desconfortável.
Wargor: Sei que a beleza élfica prende aos olhos, mas meu olhar não é para ela nobre elfo!
Após esta frase Wargor se levanta e vai procurar Urik em seu quarto. Ambos conversam no idioma nativo de sua raça.
Urik: O que foi?
Wargor: Posso falar com você um instante?
Urik: Diga Wargor.
Wargor: Está tudo bem?
Urik: Porque perguntas?
Wargor: Apesar de ter lhe conhecido hoje, sei que está irritado... O taberneiro não sabe o que fala, ele mal conhece seu proprio povoado, é uma pobre alma. Você tem um proposito maior,isso só lhe afasta de seus objetivos.
Urik: Sim Wargor, sim. Sabe, não tenho pena de fracos. Sou um Clérigo, mas não sou bomzinho. Fracos merecem a derrota, e se provocam a ira de um forte, merece ser derrotado, entende?
Wargor: Entendo... Guarde essa energia para focá-la em sua missão.
Urik: Mas sei que eu poderia ser preso pela guarda, então eu não o abati.
Wargor: Desculpe, não quero incomodá-lo mais, descance.
Urik: Wargor, quero descansar realmente. Se puder fazer um favor? Se souber que o templo de Chantea está com os membros no templo onde poderemos conversar com eles, você me avisa aqui?
Wargor: Claro! Agora descançe, que moradim esteja sempre com você!
Nesse meio tempo, Ingroh contava novamente a história de seu povoado destruído pelo maligno cavaleiro Leon Serus. Pouco depois Wargor volta à mesa.
Ingroh: E o Urik, está melhor?
Wargor: Sim, já conversei com ele.
Após o retorno de Wargor os aventureiros retomaram o assunto sobre a tarefa oferecida por Lady D'hmis.
Ingroh: Onde precisamos ir para pedirmos mais informações?
Stern: Meu caro amigo paladino, acho que não precisa ir a lugar algum. Tanto eu quanto o jovem elfo estivemos com a baronesa hoje cedo, ela já falou bastante (porra nenhuma por sinal) e vá por mim pelo jeito que ela nos tratou, o fato de vocês irem lá não vai mudar muita coisa.
Taverneiro: O jovem homem tem razão... Se ela ver os anões é capaz de mandá-los serem chicoteados em praça publica!
Ingroh: E ela é bonita?
Stern: Bonita? Haha depende da sua coragem!
Everaska: Não há necessidade de nova audiência, ela nos autorizou a reunir um grupo.
Everaska e Stern continuam contando os detalhes de sua visita à Lady D'hmis e das ruínas do palácio onde os ladrões poderiam estar escondidos. Wargor se lembra da descrição de um antigo palácio dos anões que Urik lhe passara quando se conheceram e imaginiou que isso pudesse o levar a pistas de seu desaparecido pai. Ingroh acabou aceitando a tarefa também, pois jamais se recusava a um pedido de ajuda, ou qualquer outra coisa que razoavelmente parecesse com um pedido de ajuda. Antes disso, porém, o paladino mais uma vez procura a garçonete ruiva.
Ingroh: Vamos ao meu quarto?
Garçonete: M-m-mas, s-s-senhor! E-e-eu mal conheço o senhor! Meu nobre guerreiro, não sei se as mulheres de seu reino são tão fáceis assim, mas mesmo que tenhas um porte nobre eu não me entrego para um desconhecido!
Ingroh: Entao, me desculpe senhora, depois podemos conversar, entao?
Garçonete: Seria uma honra conversar... CONVERSAR!
Novamente, Wargor vai conversar com Urik, sempre no idioma dos anões:
Urik: O que foi Wargor?
Wargor: Acho que tenho uma boa informação.
Urik (abre a porta do quarto): Informação?
Wargor: Descobrimos com os outros aventureiros que uma nobre local está contratando aventureiros para encontrar uma joia e essa joia parece ser um coração.
Urik: O que?
Wargor: Não pode ser o que procuras?
Urik: Sim Wargor! Essa jóia pode ser a que procuro. Mas veja, ela tem que ser minha e eu preciso levá-la até meu mestre.
Wargor: Primeiro vemos se ela é realmente o que procura.
Urik: Entende a gravidade? Se ela for a pedra que procuro, eu terei que leva-la para meu mestre.
Wargor: É a nossa unica pista. Daremos um jeito meu irmão.
Urik: Tudo bem. Isso fica só entre nós então. Moradin está conosco.
Os aventureiros então decidem dormir na estalagem e na manhã seguinte rumarem para as ruínas encontrarem a jóia. Cada membro do grupo tem objetivos distintos, Everaska e Stern estão apenas atrás de um pouco de ação e, quem sabe, uma recompensa. Ingroh, apenas deseja que seus feitos heróicos sejam reconhecidos, Urik tem o claro objetivo de encontrar a jóia, mas não desejaria entregá-la a D'hmis ou qualquer outra pessoa, enquanto Wargor deseja ajudar seu irmão de raça, na esperança de que encontre pistas sobre o paradeiro de seu pai.
Conseguirá um grupo tão distinto assim permanecer unido e sobreviver? Descubram nos próximos capítulos!