terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Post do Leitor: O Clichê no RPG


Salve salve Rpgístas de Plantão!

Como sou o Verme Mór, Senhor da Preguiça, Lorde do Ócio, para não deixar o Dragão Banguela em branco por falta de postagens minhas, irei tacar hoje para vocês um Post do Leitor criado pelo leitor Ladyus.

Confiram só...

...

O Clichê no RPG


Antes que queiram me matar por causa do trocadilho no titulo, gostaria de dizer que era apenas uma exemplificação, pois não a nada tão clichê do que um titulo com trocadilho.

Eu poderia começar agora com uma piadinha do tipo “Você tem dado em casa?” ou um comentário sobre a ambigüidade da sigla RPG e sua relação com dor nas costas ou ate mesmo começar com uma explicação sobre o significado da mesma.

Mestre: Vocês alcançam o alto da colina e avistam, sob o nascer do sol, uma construção magnífica, um palácio rico em detalhes, com uma arquitetura no mínimo exótica, este é o local que o mendigo loco da cidade lhes alertou, a antiga moradia do feiticeiro negro que desapareceu há 500 anos.

Guerreiro: Não temam meus amigos, pois eu estarei aqui para protegê-los.

Clérigo: Que Deus nos proteja.

Ladino: Eu não boto muita fé no seu deus. Riariaria, entendeu? Fé.

Mago: Não deveríamos ser mais sensatos e pesquisarmos um pouco na biblioteca da cidade antes de perdermos nossas vidas de forma insensata?

O grupo se entre olha por um momento.

Mago: Esta bem, eu desisto.

Duvido que não tenham reconhecido ao menos três coisas desta cena, mas para o caso de negativa:

O grupo assim que entrou no palácio, viu um denso nevoeiro ao seus pés, armadilhas de vários tipos desde alçapões ate laminas em pêndulos, eles enfrentaram um dragão, subiram ate o quarto mais alto e salvaram uma donzela que se apaixonou por um deles antes de sair acharam o tesouro do mago que ressurgiu mostrando-se um lich, invocou um cavaleiro da morte que foi derrotado pelo grupo, na ultima batalha o ladrão egoísta sacrifica sua vida em prol do grupo (antes de morrer fez uma piada), o feiticeiro morre mas lança uma maldição no guerreiro que após a aventura seria corrompido, o clérigo larga o celibato e casa-se com a donzela, o mago refugia-se em uma torre pelo resto de sua vida.

Apesar de exemplificar o clichê num cenário medieval, ele é usado constante mente em qualquer ambientação, ate mesmo horror (principalmente horror): “O assassino caminha em passos vagarosos em direção a vitima que corre atemorizada, em alguns instantes o assassino estica o braço e alcança os cabelos da mocinha...”, Jason que o diga.


“Ta legal, mane. Mas afinal, o que é clichê?”

Não se preocupe, amiguinho animal e acéfalo, eu já estava chegando lá.

Perguntamos ao Professor Aurélio qual o significado da palavra Clichê:

Clichê – s.m.(fr. cliché). 1. Chapa metálica que traz gravada em relevo a reprodução de uma composição tipográfica ou de uma imagem destinada à impressão. 2. Fig. Lugar-comum.

Entendeu? Eu também não. Por isso pedi uma explicação mais detalhada.

Lugar-comum – s.m. 1. Reflexão banal, desprovida de originalidade; trivialidade. 2. Argumento muito repetido e repisado. 3. Fórmula cediça de falar ou escrever, chavão, clichê.

Ou seja

São formulas repetidas de se contar uma história, com cenas conhecidas e fatos marcantes do gênero. Grandes gênios da literatura e do cinema usaram deste recurso, outros ate criaram seus próprios clichês. Como diz o ditado: “Em time que está ganhando não se meche”, no RPG é assim que funciona, alias tente imaginar como o mestre criaria historias sem nunca nem sequer repetir algo. Um clichê pode ate tornar-se uma marca do narrador, por exemplo uma espécie de “moral da historia” em todo fim de aventura, que caso os jogadores descobrissem qual era, ganhariam algum bônus, ou talvez você queira criar seu próprio clichê. Claro que às vezes pode ser chato você seguir algo repetido, nem sempre é interessante jogar de bárbaro estúpido ou um motoqueiro que curte rock, porque não ser bárbaro e ser o mais sagaz do grupo ou um motoqueiro que só ouve musica clássica? Mas lembre-se: Você pode correr do Clichê, mas não se esconder.


Evite exageros

Como tudo na vida, o exagero faz mal. Pois alem acabar com qualquer originalidade, também torna os eventos chatos e repetitivos, é muito empolgante ter um guerreiro com uma frase de efeito, mas se repeti-la constantemente pelos menores motivos logo ela não terá valor.

Tente não misturar muitos clichês ou correrá o risco de ficar bizarro: “OK, então seus pais morreram e você agora busca vingança, viajou para a China onde descobriu que fazia parte de uma profecia na qual é ‘O Escolhido’ para aprender uma lendária técnica de kung-fu, depois retornou para seu país para lutar contra uma corporação que tem ligação com uma veia corrupta do governo que pretende dominar o mundo”.

E a regra de ouro: use o Bom-censo.

E isso é tudo pessoal!

Buenas galera, esse foi o Post do Leitor do Ladyus, como todos são estão carecas de saber, para participar dessa coluna basta acessar este link aqui e seguir as instruções. Abaixo o cartão de estatísticas do Ladyus:

* Nome real: Vinícius de Souza Leal

* Apelido: Ladyus

* Idade: 21 anos

* Sistema que mais gosta de jogar: D&D (qualquer), Ação!!! e sistemas próprios.

* Há quanto tempo joga RPG:
mais de 11 anos.


Nos vemos no próximo post vermes!

17 comentários:

  1. Bah, o clichê da "Profecia do Escolhido" é o mais batido de todos!

    O clichê até não é tão grave assim em jogos tipo D&D, mas em jogos mais interpretativos, tipo Vampiro, os clichês são um tiro no pé.

    Uma forma de incentivar os jogadores a criar histórias mais elaboradas fugindo do clichê até renderia um bom post!

    Abraços galera.

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  2. Esse negócio de clichê é meio polêmico. Se você alterar demais os elementos clássicos de um jogo como D&D, por exemplo, é certo de que os jogadores VÃO reclamar.

    Elementos como o paladino valoroso, o mago misterioso, os dragões poderosos e arrogantes e as masmorras repletas de monstros e tesouros são elementos clássicos. Você pode alterar um ou outro, mas eliminar todos é arrancar a essência do jogo.

    Até mesmo em Vampiro e similares alguns clichês são bem vindos, afinal é para isso que existe a coluna Estereótipos. Mas se TODOS os Brujah de sua crônica são violentos esquentadinhos e TODOS os Ventrue são almofadinhas controladores é porque alguma coisa está errada.

    Vale lembrar também que em caso de grupos iniciantes os estereótipos são praticamente uma obrigação do narrador. Quem nunca jogou D&D deveria tentar um grupo clássico (guerreiro/mago/ladrão/clérigo) antes de partir pra bizarrices como Psiônicos e outros bichos dos suplementos.

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  3. "Ser criativo é saber esconder suas fontes" -Alberto Einstein

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  4. O que eu quis mostrar no texto era que o cliche é uma parte importante no contexto de uma historia, não importa como ela é contada, seja por um filme, livro ou em uma mesa de jogo. Mas existem limites a ser respeitado, pois o exagero diminui a originalidade.

    Ps: eu mandei esse post a tanto tempo que achei que vocês não tinham aceitado publica-lo, ja tinha ate esquecido dele.

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  5. Hahahhaah!

    O Dragão Banguela é que nem repartição pública Ladyus, demora, demora mas uma hora a coisa anda!

    Tem mais uns 4 leitores na fila ainda! Vou ver se lanço um por semana ao menos! =D

    Abraços e ótimo post o seu (e o segundo em sequência) =D

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  6. Galera, o trabalho de vocês é excelente. Nem tenho palavras pra descrever!

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  7. ow, esse ano ainda rola Glantri?

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  8. Adorei seu blog e seus textos.
    Dê uma passda lá no meu tbm: abnerlmemso.blogspot.com

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  9. Pior!!! Cade Glantri??? Já faz tempo que vcs vem prometendo, fora as pegadinhas que deixaram o pessoal com mais água na boca!

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  10. Hahahha, isso é só mais uma das Lendas Urbanas que circulam por aí! =D

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  11. poxa, então nada de Glantti?

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  12. Belo post companheiro, principalmente pra mim que estou tentando fugir desses clichês para a criação de um movo mundo. =D

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  13. CARDIM
    Não tente "fugir" dos clichês, ou corre o risco de falhar mizeravelmente, tente apenas amenizar e não cometer exageiros [em todos os sentidos].
    E o principal, cuidado para o cenario não perder a identidade, por exemplo: um cenario medieval sem cavaleiros. a menos é claro que você tenha certeza do que está fazendo.

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  14. Se é um cenário histórico, estude aspectos da história e crie a "atmosfera" do determinado local.

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  15. Concordo com a Oracúlo que iniciantes devem jogar o clássico Mago/Clérigo/Guerreiro/Ladrão, aliás é o número perfeito de jogadores. Eu mestro pra 6 jogadores, odeio isso ! Mestrar pra muitos jogadores o mestre não consegue dá atenção devida a cada jogador e mais dificil controlar a mesa e o jogo fica muito lento com muitos jogadores.
    E outra, o pessoal q joga RPG é muito fominha querem 500.000 de livros e nem usam 10% deles.
    Vamos dá o exemplo de D&D 4th, se o mestre decidi mestrar só usando os livros do jogador/mestre/monstros ele joga D&D 4th por mais de uma decáda se quiser sem precisar de livro mais algum. Com isso você limita o poder e explora as potencialidades com criatividade de somente 3 livros.

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  16. Evitem Clichês!
    Usem campanhas prontas da Wizard!
    ?=^B}

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  17. Legal, genial o post, seria legal ter vcs postando mais o post dos leitores, uma forma legal da gente participar...
    ^^

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