Hell Yeah, macacada!
Hoje tem mais uma das adaptações do Oráculo, onde eu tento abranger o máximo de ambientações possíveis dentro de um determinado tema... E quanto às regras vocês que se virem!
E desta vez vamos à uma viagem à série de filmes de terror favorita deste que vos escreve. Então mais do que nunca "vamos jogar um jogo"...
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Jogos Mortais, ou Saw no original em inglês é uma série de filmes de terror/suspense sobre o misterioso assassino Jigsaw, notório por colocar suas vítimas em armadilhas mortais para que estas tentem escapar.
Um dos elementos mais marcantes da série de filmes é que todos os episódios (sete ao todo) são totalmente interligados de maneira intrincada, sempre com muitas referências aos episódios anteriores (pra se ter noção, um dos mistérios do primeiro filme só é revelado no último).
A identidade secreta de Jigsaw é o engenheiro John Kramer que usa seus conhecimentos para criar armadilhas que ao mesmo tempo são terríveis e geniais. Ele não apenas tenta matar suas vítimas, mas sim fazerem com que elas tentem dar valor às suas vidas.
Geralmente as vítimas de Jigsaw são pessoas que tem algum "podre" em suas vidas e de acordo com o assassino recebem uma segunda chance. De fato, algumas pessoas que conseguem escapar acabam se aliando ao assassino, o que prova que em sua mente doentia ele pode ter alguma razão.
Usar o tema de Jogos Mortais em RPG é relativamente fácil, pois é só incluir um homicida que gosta de criar armadilhas mecânicas e colocar os jogadores pra tentar escapar delas. O mais interessante seria não avisar os jogadores que você pretende usar esse tipo de ambientação, ou estragará todo o suspense.
Seria interessante também usar as armadilhas do filme com algumas modificações, para que os jogadores que forem fãs do filme não tenham mais facilidade do que os demais. Aqui e aqui podem ser encontradas algumas das armadilhas usadas nos filmes da série.
Vamos a uma pequena lista de sugestões de como usar esse tipo de ambientação ns mais variados sistemas de RPG:
3D&T: Os personagens nesse jogo são absurdamente poderosos, por isso armadilhas mundanas não tem muito propósito. Por isso o ideal é se aproveitar das Desvantagens dos personagens para fazê-los se sentir tão indefesos quanto às vítimas de Jigsaw.
Sugestões incluem utilizações das Dependências ou Pontos Fracos do personagem, ou até mesmo deixá-los assistindo seus Protegidos Indefesos sendo torturdos em algum lugar distante e que somente uma série de jogos realizados pelos personagens podem salvá-los.
Isso é ainda mais interessante pois levanta a questão de como esse vilão sabe tanto sobre os personagens e como teve acesso à essas fraquezas (já notaram que todo mundo consegue Kriptonita com extrema facilidade? No seriado Smallville se você não andar olhando pro chão é capaz de tropeçar nela). Essas lacunas devem ser preenchidas pelo Mestre para manter o suspense do jogo, mas jamais devem ser reveladas logo de cara. Afinal o ponto alto do primeiro filme está na surpresa no final (e dessa vez vou ser camarada e não contarei, mesmo tendo se passado seis anos).
GURPS: O ideal para utilizar essa ambientação em Gurps é usar apenas personagens normais com poucos pontos (o ideal seria entre 50 e 100). Abusar das Desvantagens dos personagens também é ideal para manter o clima de suspense no jogo.
Deve-se evitar também que as armadilhas sejam simplesmente desativadas com um teste de Mecânica, Engenharia ou qualquer outra perícia similar, ou todo o elemento de suspense é perdido no processo. Não deixe que uma mera rolagem de dados acabe com o climax da aventura.
Dungeons & Dragons: Armadilhas são um elemento importantíssimo na mitologia de D&D e a classe Ladrão/Ladino é o expoente máximo desse elemento. Acontece que em uma abordagem de suspense como Jogos Mortais, colocar um ladrão e suas ferramentas para desarmar as armadilhas pode acabar frustrando o jogo.
É claro que deve-se dar uma chance de livrar os personagens, mas se tudo for resolvido com um teste de Operar Mecanismo/Ladinagem/Desarmar Armadilhas, por maior que seja a Classe de Dificuldade, o jogo se torna monótono muito rapidamente.
O ideal é colocar os personagens em situações que dificultem o uso de seus talentos ladinos. O mais óbvio é tirar-lhes as ferramentas, mas em alguns casos o Mestre pode criar outros empecilhos, como o fato da armadilha estar no próprio personagem (como a Armadilha de Urso Reversa, uma das marcas registradas do filme).
Outra coisa que pode estragar o clima é o excesso de pontos de vida dos personagens. Não existe em D&D uma regra clara pra ferimentos, por isso costuma-se adotar que se não chegou a zero tá tudo bem. O ideal então não seria atribuir uma quantidade de pontos de dano às armadilhas e sim morte automática em caso de falha, ou uma quantidade tão burlesca de dados que você precisaria de uma pá pra rolá-los. Fica a seu critério.
Vale também lembrar que D&D é um jogo de fantasia heróica, então seria legal, após uma sessão de tortura dar aos personagens a chance de derrotar o vilão em um combate de proporções épicas.
Storyteller: Os RPGs do Mundo das Trevas são focados no horror e suspense, por isso não há nenhuma dificuldade em usar a ambientação dos filmes nesse tipo de jogo. Contudo, aqui caímos no mesmo problema de 3D&T e D&D, já que os monstros de Storyteller também são bem dificeis de matar.
De qua adianta amputar um Garou se ele pode se regenerar no próximo turno? De que adianta dar um tiro em um vampiro se o efeito é o mesmo de um soco?
E aí entramos novamente na questão dos inimigos. Todos os monstros do Mundo das Trevas tem alguma fraqueza, por isso o ideal seria usar um caçador que soubesse aproveitá-las em armadilhas mortais, envolvendo prata para lobisomens e fogo para vampiros.
Mais uma vez o suspense não está só em escapar das armadilhas e sim descobrir quem está pro trás delas e como sabe o segredo dos personagens apesar da Máscara/Véu/whatever.
Ok, cambada. Vimos aqui que a ambientação de Jogos Mortais é abrangente o suficiente para se encaixar em qualquer cenário de RPG sem grandes adaptações. O foco principal, obviamente está nas armadilhas e nos jogos, mas também deve-se atrelar elas ao histórico de cada personagem.
Por que os personagens foram aprisionados pelo Jigsaw? Será ele apenas mais um vilão ou um herói querendo mostrar o lado podre dos personagens? Todas essas perguntas podem e devem ser respondidas no decorrer do jogo.
Manter alguns pontos secretos no histórico dos personagens é uma boa saída, pois mesmo que os membos do grupo sejam amigos, eles não tem como saber cada detalhe da vida de seus aliados.
Então preparem suas armadilhas e bons Jogos!
Sobre o Autor:
O Oráculo é o segundo em comando no Blog do Dragão Banguela e escreve sobre nerdices em geral no Dimensão X. Mago e Inspetor de Equipamentos nas horas vagas. É um Narrador tão cruel com os personagens dos jogadores quanto o Jigsaw. |
Eu sinceramente odiei esta série de filmes, que depos do 2 virou um açougue sem sentido. Mas a idéia em rpg é bacana, uma idéia boa é colocar algum efeito mágico(D&D) e usar as fraquezas dos seres dos mundos das trevas como prata e fogo (storyteller) e gurps é fácil adaptar o cenário.
ResponderExcluirProcurem assistir o Silvio SAW KKKKKkkkkKKKkkkk.
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