segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Post do Leitor: O Caminho do Mal


Saudações macacada!

Pois é, resolvi aparecer novamente no Dragão Banguela depois de um longo, longo tempo para alegria geral da nação (ou não).

Mas eu sou tão salafrário, mas tão salafrário, que a postagem de hoje não é de autoria minha, mas sim do leitor Ladyus que resolveu criar culhões e participar do Post de Leitor de hoje.

Então, confiram só o Malévolo Post do Leitor do Ladyus...

...

O Caminho do Mal


Em muitas histórias o Mal é uma figura importante, que gera o clima e constrói a trama. E exemplos não faltam, desde livros e filmes até novelas das oito (ou nove?! Nove e me...), enfim “o Mal está em toda parte” (citação de Star Wars). Mas o Mal não é sempre o mesmo, camaleônico e ardiloso, torna-se inclassificável.


Simplesmente... Mal

Crueldade, sanguinolência, aterrorizante, com isso podemos descrever a maioria dos vilões que ficaram gravados em nossa memória até hoje, seres mesquinhos que fariam de tudo para alcançar seus vis objetivos, aprisionam donzelas, forjam anéis, roubam espadas, erguem exércitos ou brincam com o destino dos mais fracos. Os seres malignos costumam ser enganadores e não ter qualquer apego a dogmas. Seus objetivos geralmente tem haver com seu passado, pois ninguém nasce bom ou mal. O destino geralmente os faz dessa maneira.




O Corrompido

Não importa como tenha sido seu passado, pode ter vindo de uma bela infância com uma feliz família no campo, casando-se com uma bela e leal jovem, ou talvez tenha vivido toda sua vida em um mosteiro, devotando-se a um justo e bondoso deus. Pois nada disso tem valor caso encontre uma relíquia banhada em perversão, ou conheça e sirva a um ser maligno, ou deite-se com um demônio, ou o poder... o poder é o maior de todos os corruptores. O passado não importa mais.

O Mal de dentro

Nem todas as criaturas são malignas, às vezes sua natureza é tão perturbada e exótica ou mal compreendida, que esta palavra torna-se um adjetivo aceitável. Algumas criaturas têm de conviver consigo mesmas em equilíbrio entre a ferocidade e o autocontrole. São seres que buscam uma paz que talvez nunca encontrem.



O Mal como protagonista

O ser maligno por si só é uma verdadeira fonte de histórias, então por que não ser usado como protagonista e não como antagonista? Aproveitarmos seu ponto de vista diverso dos outros personagens. Seu uso poderia ser dividido em duas classes distintas:

O Grupo do Mal – Um grupo que vive pela vingança, ambição e anarquia. Como eles agiriam? Qual o limite de suas ações? Como podem confiar uns nos outros? E se um deles percebesse que está no caminho errado?

O Vilão entre os Heróis –
Um personagem age e pensa de maneira diferente de seus amigos. Como é a convivência do grupo? As desconfianças cedo ou tarde alguém vai acusá-lo de algo que não fez, como ele reagirá? O que o membro mais nobre pensa sobre suas ações pouco ortodoxas?



Enfim...

O Mal é apenas um pequeno segmento de uma história e mesmo assim tem importâncias mil, podendo ser trabalhado de diversas maneiras, estes foram alguns poucos exemplos, mas como citado anteriormente não há como classifica-lo. O seu uso deve ser guiado pelo bom senso e o toque pessoal do narrador para melhor se adequar ao grupo.




Este foi o Post do Leitor do Ladyus, abaixo está a ficha dele escrita a SANGUE:

* Nome real: Vinícius de Souza Leal
* Apelido: Ladyus
* Idade: 21 anos
* Sistema que mais gosta de jogar: D&D (qualquer), Ação!!! e sistemas próprios.
* Há quanto tempo joga RPG: Jogo a mais de 11 anos.

Então galera, se tiverem coragem e boas idéias, vocês podem participar do Post do Leitor acessando este link aqui e obtendo todas as informações necessárias.

Grande abraço e nos vemos no próximo post!

23 comentários:

  1. Ótima postagem do Ladyus, eu particularmente não gosto de jogar com personagens malignos ou inescrupulosos mas muitas pessoas gostam, tanto é que nas várias edições de D&D sempre houve um ou mais livros dedicados apenas aos personagens malignos.

    Grande abraço.

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  2. Muito bom! Faz tempo que alguém não fazia um Post do Leitor!

    Em uma longa campanha de D&D que joguei eu vivi o declínio para o "Lado Negro da Força". Comecei a campanha como um Feiticeiro humano de tendência Caótica e Bondosa. Mais ou menos no início da campanha meu personagem foi transformado em uma Cria Vampírica.

    No Livro dos Monstros é dito que os vampiros são sempre malignos, mas como não faria sentido o personagem mudar de comportamento de uma hora para a outra, por isso o narrador instrui-me apenas para tirar a tendencia bondosa, deixado-o Caótico e Neutro.

    Com o passar da campanha, quanto mais forte eu me tornava menos passava a me importar com as pessoas, vendo-as como meros instrumentos e ajudando a salvar o mundo apenas por segurança própria, mantendo alguns poucos elos de amizade com alguns membros do grupo.

    Na última aventura o narrador me concedeu os poderes de um vampiro completo e enfim minha tendência virou Caótica e Maligna, mas já haviam se passado muitas sessões onde eram mostradas as etapas da queda moral do personagem.

    É interessante interpretar um personagem maligno, mas nem sempre recomendável, afinal D&D é basicamente um jogo sobre heróis vencendo o mal.

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  3. Muito bom post, é bom ver que os leitores deste blog também possuem um alto nivel de rpg =)

    Eu estou mestrango um rpg proprio onde a galera está jogando de soldados nazistas invadindo a união soviética, está sendo bem interessante. Obviamente a gente nao prega o nazismo + e interessante os players terem q interpretar personagens com valores praticamente contrarios a tudo o que eles acreditam.

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  4. uma pequena aventura passada nos dias de hoje, colocou os jogadores como soldados "terroristas" no iraque. Todos motivados pelos abusos constantes dos soldados americanos e sempre sendo esmagados em qualquer confronto direto. A aventura foi toda fundamentada por fatos jornalísticos e foi bem bacana como alguns, que tinham sempre a impressão dos EUA como os "bonzinhos", se empenharam em tentar buscar respostas para coisas que não conseguiam.
    Claro que foi um jogo com somente jogadores adultos e responsáveis. Mas essas temáticas que colocam-nos no lugar do suposto "lado mau" fazem a gente pensar que realmente não existe o tal "lado certo". Somos apenas levados e movidos por diversos sentimentos e motivações. O que estamos fazendo de bom, pode ser interpretado como algo ruim por outra pessoa.
    Bom jogo a todos.

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  5. Vale a pena ler ouvindo a marcha imperial do Darth Vader, rsrsrsrs.

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  6. Não existe o mal. Tudo é ponto de vista.

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  7. E a propósito, exelente post.
    ^^

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  8. Primeiro eu queria agradecer aos elogios, que são mais do que eu esperava e mais do que eu mereço.
    Queria agradecer tambem ao trapaceiro, não so porque postou o texto mas tambem colocou as imagens.
    Cada um tem sua opinião sobre o assunto, o Oraculo
    mostrou o mal de forma mais pura, o L.P, o Kenku e o Duds falam sobre a vilania em um ponto de vista, alias esse metodo sempre cria otimas historias, pois os herois ficam em duvida sobre as proprias ações.
    Mas eu curto o classico, o cliche, o Mal é sempre mal e o Bem sempre luta contra a corrupção. Aqui não ha pontos de vista, "é tudo preto ou branco, sem tons de cinza".
    Alias estou mestrando uma campanha assim no momento.
    vlw mais uma vez galera e assim que eu tiver tempo (ou não estiver tomado pela indolencia) eu manto mais um texto.

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  9. eu MANDO mais um texto*, manTo foi foda (P*, eu voutei so por isso?)

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  10. O conceito de bem e mal não existe na vida real.

    O ser humano é capaz das maiores atrocidades, assim como das maiores obras de caridade. Não existe muita diferença entre quem usa a radiação para combater o câncer ou para fazer uma bomba atômica.

    Mas em histórias de fantasia, o conflito bem vs. mal, quando bem explorado pode render ótimas histórias.

    Na mesa oficial do blog, via RRPG, temos um dos aventureiros sendo tentado, através de uma arma amaldiçoada, a cometer atos de extrema violência, por estar sendo influenciado por um sacerdote maligno que havia sido morto pelo grupo. Pode ser que com o tempo ele tome gosto pela coisa ou apenas renegue o mal e abandone a arma. Esse, aliás, tem sido um dos pontos mais interessantes da campanha.

    Vale lembrar que esse tipo de dualidade funciona em D&D, mas não faz o menor sentido em jgos como Storyteller, Shadowrun, entre outros, pois a moralidade dos personagens pode ser muito diversa. Tanto que a maioria dos títulos D20 simplemente ignorar a regra de Tendência.

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  11. eu achei maneiro, bacana, supimpa, mas eu sou uma das vitimas do carrasco Ladyus, so....
    então não vão pensando que o moleque só escreve por conhecimento, mas sim por experiência de malevolência conosco, pobres marginalizados pelo próprio...vão achando que o cara legal(Y)

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  12. Ótimo post Oráculo! O caminho para o lado negro é sempre mais fácil e tentador. =D

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  13. Mateus 7:

    13-Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela;

    14-E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem.

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  14. Bem galera é a primeira vez que faço um comentário(e tb não vai ser a última).

    Pois é. D&D e extremamente maniqueista, é difícil até se falar em ponto de vista embora não seja impossível.Assim como Ladyus gosto do clichê.

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  15. Há algumas semanas atrás estava tendo um debate bem interessante sobre maniqueísmo no AD&D na comunidade ADVANCED DUNGEONS & DRAGONS, bem legal as opiniões que foram geradas no tópico.

    Abraços galera.

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  16. É um assunto que da muito pano pra manga (nova essa). E todas as linhas de D&D trazem um grande foco nisso, ate mesmo antes da criação da regra de tendência, pois se assumia que os PCs eram considerados bondosos e os vilões eram malignos. Bom todo mundo já ta careca de saber disso e saber também o porquê, que foi um jogo sob grande influencia Tolkienianas.
    A regra hoje é bem diferente, mas em principio é a mesma coisa.
    Agora Oráculo, eu discordo quanto a Storyteller, Shadowrun e jogos que faz maior referencia a vida real, não é que o conceito não exista, ele apenas é diferente e deve ser explorado de outra maneira que não a mesma da fantasia medieval entre outros. Assim como um jogo em um ambiente oriental não deve, necessariamente, ignorar o conceito, mas uma nova interpretação daria um ar diferenciado.

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  17. Eu não disse que não existe conflito bem vs. mal em jogos como Storyteller e Shadowrun. Disse apenas que ele não faz sentido como em D&D.

    Vejamos o principal conflito de Vampiro: A Máscara, a eterna luta entre Camarilla e Sabá: Os Sabás são monstros assassinos que veem a humanidade como alimento, enquanto a Camarilla evita que os mortais saibam da existência dos vampiros, mas isso não os faz nem um pouco bonzinhos. Pelo contrário, eles manipulam secretamente os humanos e se alimentam deles tanto quanto os Sabás.

    Além disso, o principal conceito em Vampiro é a guerra moral consigo mesmo. Todos os vampiros tem uma Besta interior, sempre querendo vir à tona. O maior vilão de cada personagem é, na verdade, ele próprio e sua natureza assassina.

    Já em Shadowrun, os personagens, na maioria estão fazendo missões como mercenários, totalmente alheios à lei. Isso não os impede de serem bondosos e paladinescos, mas a própria temática Cyberpunk, por si só, dá preferência aos anti-heróis do que aos mocinhos.

    Como eu disse, eu não acredito em bem e mal na vida real, mas em ficção, seja lá qual for o estilo, é um ingrediente que funciona muito bem desde que Davi matou Golias.

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  18. De acordo Oráculo!Perfeito no comentário sobre comentário da Temática Cyberpunk.Eu estenderia essa opinião a muitas ambientações modernas.

    Para ilustrar um pouco o quanto D&D é maniqueista tomemos como exemplo os orcs que são criaturas que existem apenas para se opor ao bem,vale resaltar que muitas vezes aos elfos representando o bem e a perfeição.Consequentimente eles são exterminados sem os pj´s nem exitar para refletir sobre o valor da vida da criatura, a menos que haja um ótimo motivo para isso.Simplismente por causa da essência da própria criação destas criaturas.

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  19. Os comentários (do Oráculo, principalmente) ficaram melhores que o texto original...

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  20. Muito interessante...

    Concordo com o trapaceiro no que se refere a não gostar de interpretar personagens malignos, e acredito lidar com o mal "tão de perto" pode ser perigoso para jogadores mais jovens ou pessoas impressionáveis.

    E sim, D&D é extremamente maniqueista; estaé uma das mais fortes características que definem o sistema e o diferencia de outros como Storytelling.

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