Havia um tempo, já tão longinquo, em que o RPG passava por uma situação curiosa no país.
Haviam pouquíssimos livros em nosso idioma e somente os mais abastados conseguiam comprar cópias importadas dos jogos estadunidenses.
Até que veio um curioso evento que muitos chamariam de "Boom do RPG no Brasil"...
...
Tínhamos uma grande editora publicando, em nosso idioma, Advanced Dungeons & Dragons, o maior RPG do mundo, contudo, tal editora não tinha o conhecimento necessário sobre o funcionamento do mercado de RPG, principalmente em um país em que pouquíssimos conheciam tal jogo.
O resultado disso é que logo, a editora grande abandonou o mercado, dando espaço a uma menor, mas já mais interada do funcionamento do nosso mercado nacional. Contudo, tal editora já tinha conquistado o público com um outro jogo estrangeiro, que fora seu carro chefe por anos.
Diferentemente dos Estados Unidos, onde a linha Dungeons & Dragons reina suprema desde 1974 (ou pelo menos costumava a ser assim), aqui no Brasil, desde 1992 o RPG mais jogado do país era Vampiro: A Máscara, da editora White Wolf e traduzido pela Devir.
Os motivos por trás de tal sucesso são muitas, pois além de ser mais acessível que o AD&D (um livro de 50 reais, enquanto o AD&D precisava de três do mesmo preço), o tema estava em alta na época. Estávamos perto da virada do milênio e o fim do mundo (um dos temas do livro) atraía público.
Hoje em dia, a linha Storyteller, de Vampiro: A Máscara deu lugar à linha Storytelling, com diferenças nas regras e no cenário. Porém, apesar de ser um ótimo jogo, já não atrai mais tantos seguidores como antes. Além do fim do milênio já ter passado (e o próximo vai demorar um pouquinho), a linha Dungeons & Dragons se consolidou de vez no Brasil à partir de 2001.
Bem, eu já falei diversas vezes sobre Vampiro aqui e quem nunca jogou pode simplesmente pegar os posts anteriores na barra lateral (aqui no DB é assim, nada na mãozinha), basta saber então que, os vampiros, neste jogo eram os descendentes de Caim, personagem bíblico que teria assassinado seu irmão Abel (que não é aquele coelho muquirana do Ursinho Puff) por ciúmes e por isso fora castigado por Deus.
Neste jogo, os vampiros eram (secretamente) os mestres da noite, influenciando governos e a mídia, fazendo maquinações ocultas para conduzirem seus joguinhos de poder.
Diferentemente dos vampiros modernos do cinema, estes não podiam andar durante o dia, pois ao invés de brilharem com um fulgor purpurinado e extremamente duvidoso, estariam sujeiros a uma morte terrível e flamejante!
Por isso, os Cainitas (como eram chamados os descendentes de Caim) necessitavam passar os dias em seus Refúgios. E sim, eu gastei doze parágrafos para chegar ao assunto! Aqui não poupamos palavras!
Refúgio dos Amaldiçoados fala justamente sobre os locais de repouso dos cainitas, onde eles podem arquitetar seus planos de conquista na Jyhad, a eterna disputa entre poder dos vampiros.
Além de apresentar ideias sobre a criação de refúgios para os personagens e a possibilidade de se quantificar isso em regras, com o Antedecente Refúgio, o livro ainda apresenta nada menos do que quinze exemplos de refúgios com descrições detalhadas sobre seu funcionamento e sobre os vampiros que os habitam, além de ideias para o desenvolvimento de Crônicas envolvendo tais lugares.
Um livro extremamente recomendado para aqueles que acreditam que o refúgio de um vampiro é tão somente o local onde ele guarda seu caixão.
A tradução ficou por conta do grupo Jogadores de Papel, cuja qualidade já fora comprovada por outros trabalhos queapresentamos aqui no blog. Então, confiram antes que o sol nasça de novo!
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Refúgio dos Amaldiçoados
Sobre o Autor:
O Oráculo é o segundo em comando no Blog do Dragão Banguela e escreve sobre nerdices em geral no Dimensão X. Mago e Técnico em Mecânica nas horas vagas. Se refugia numa favela do Rio de Janeiro. |
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